Depois de entrarmos na era dos telefones móveis todos passam a querer ter um smartphone. Seja um de marca, seja chinês pirateado, são poucos os que não apreciam ouvir música, poder abrir os emails e ou jogar na fila do banco e tirar uma foto de algum acontecimento inusitado em qualquer lugar. Os smartphones reúnem diversas funções, e estão cada vez mais completos. Eis o que deve verificar antes de comprar o seu.
A primeira coisa, e talvez a mais importante de todas, é saber o uso que você dará ao aparelho e quais as funções irá priorizar, já que nem sempre o seu bolso poderá comprar aquele que tem todas as melhores funções.Você prefere uma câmara boa? Um som bom? Teclado QWERTY físico para digitar mensagens e SMS? Ou quer muitos aplicativos, verificar emails e redes sociais? Às vezes, priorizar uma ou outra função garante um aparelho mais barato e melhor do que você precisa.
Pesquisa e resenhas
Uma vez listadas as funções que você considera mais importantes, o menor a fazer agora é sair à caça. Pergunte a amigos e conhecidos sobre os aparelhos que eles usam, se recomendam algum modelo.
Procure também ler algumas resenhas (como essa!) testes e opiniões de quem possui aparelhos parecidos ou iguais aos que você quer. Procure saber se ele já é um aparelho velho, se ainda há suporte oficial do fabricante e se o sistema ainda terá updates (actualizações).
Agora que você tem a uma lista com uns cinco aparelhos, procure os melhores preços. Às vezes também é possível fazer um bom negócio indo até uma loja de uma operadora e acordando um valor mais baixo em troca de fidelidade, e garantia em caso de problemas a curto prazo.
Tela
Nos smartphones é cada vez mais importante prestar atenção na tela. Quanto maior, melhor para ver filmes, digitar no teclado virtual e navegar por sites. Verifique também a sensibilidade da tela, veja se ela funciona bem no toque e se é multitoque – isso tudo caso a tela seja de toque –.
Se você quer assistir a vídeos, lembre-se de verificar o número de cores, quanto mais melhor. O número pode variar de milhares a milhões de cores, e isso influencia a definição de aplicativos e do sistema também.
Sistema operacional
Isso é praticamente a coisa mais importante a ser verificada num smartphone. A sua preferência por um Sistema Operacional ou outro define aparelhos, aplicativos e preços. Alguns são voltados um pouco mais para negócios, como o BlackBerry OS e o Windows Phone.
Outros são mais recomendados para entretenimento como o Android e o iOS da Apple. Há também os mas simples, para quem não quer muita coisa, como o Symbian. E existem também aqueles que são menos conhecidos no mercado, como o BADA e o Maemo.
Todos eles possuem recursos para atender tanto a questões com trabalho como lazer, jogos, media etc. E isso pode ser verificado na lojinha de aplicativos desses sistemas.
As lojinhas do Android e do iOS, por exemplo, estão abarrotadas de aplicativos para todos os fins imagináveis, e os programas podem ser pagos ou gratuitos. Já a lojinha do Symbian, BlackBerry OS e Windows Phone são menos lotadas, mas possuem pelo menos uma opção de aplicativo para quase todos os usos mais importantes de um smartphone.
Vale a pena tentar experimentar um smart com cada sistema para ver se você se acostuma melhor a um deles, já que um pode ser muito diferente do outro e possuir diferentes limitações e vantagens.
O Android é mais para quem gosta de buscas e tem muitos serviços do Google, enquanto o iOS serve para quem aprecia aplicativos bonitos e jogos interessantes. O Symbian é um sistema mais simples, que tem o básico para funcionar bem.
Verifique também que aplicativos já vêm embutidos nos aparelhos, pois alguns já podem trazer jogos, aplicativos do género Office e outros. Caso a reprodução de media seja um dos objectivos de uso do seu futuro aparelho, verifique os formatos de música e vídeo aceites, quanto mais melhor.
A memória interna do aparelho também importa. Actualmente, 512MB de memória é uma miséria, mas muitos smarts novos ainda vêm com esse tamanho de armazenamento. Nesse caso, certifique-se de que consegue ter um cartão microUSB à disposição ou ver se algum vem na caixa. Outros já vêm com enorme memória interna, que vai dos 8GB até os 32GB.
Câmara
Se um dos itens que você considera importante é a câmara, preste atenção. Qualquer smart com sensor abaixo de 3.2 megapixels tende a ser bem mauzinho, servindo apenas para registar coisas mais simples. Se você quer uma câmara de qualidade, escolha algo com mais de 5 megapixels, que possua flash (de preferência de xenon ou LED duplo), autofoco e zoom.
Também é bom dar uma olhada no que mais ela oferece, como efeitos – preto e branco, sépia –, ajustes posteriores, geolocalização, detecção de rostos, etc. A Nokia e a Sony Ericsson costumam disponibilizar boas câmaras nos seus aparelhos. Caso pretenda fazer vídeos também, tente escolher um aparelho que faça vídeos em HD.
Conexões sem fio e com fio
Quase todos os smartphones de hoje vêm com todas as conexões sem fio disponíveis, mas não custa nada verificar se o aparelho que você escolheu possui Bluetooth – de preferência o 2.0 –, Wi-Fi – b, g e n –, 3G (para se conectar à Internet de forma mais veloz) e GPS com A-GPS, para poder utilizar mapas e taguear a localização de fotos e tweets. Uma coisa importante que deve ser conferida também é a banda do aparelho.
E falando em Internet, comece a procurar um bom plano de dados, porque um aparelho desses sem Internet não é nada, e você vai descobrir logo que ficar só no Wi-Fi não tem graça, e limita o seu raio de acção.
Conexões no aparelho também devem ser verificadas. Veja se a entrada para fone de ouvido é a padrão, conhecida como P2. Se for menor que ela, você pode ter problemas para encontrar um fone novo. Alguns fabricantes também costumam usar conexões próprias, dificultando a vida do usuário.
A mesma coisa serve para a conexão com o computador. O padrão mais utilizado hoje em dia é o microUSB, mas alguns aparelhos podem vir com o antigo miniUSB ou com alguma conexão própria, deixando o usuário sem saída quando precisar de conectar o seu aparelho no computador de outra pessoa e não estiver com o seu cabo.
Isso também acontece com o carregador. Muitos aparelhos já possuem fontes microUSB, mas outros têm uma conexão própria para carga. Tente evitar isso.
Outras conexões também podem ajudar. Poucos aparelhos já estão no mercado com conexão HDMI para ser conectado a uma TV de alta definição. Outros também podem ser conectados a dispositivos de armazenamento externos como pen drives e HDs.
Design
O design também é importante, pois define o uso que você vai dar ao seu aparelho, além de deixá-lo mais bonito para mostrar aos amigos ou mais discreto para ser usado na rua. Veja muitas fotos do smart ou vá “conhecê-lo” ao vivo numa loja. Sinta o toque dele, o peso, veja se é adequado a si. Alguns gostam de modelos menores, outros dos mais quadrados e grandes.
Há outros extras que também são conferidos no design. A tela, como já dissemos anteriormente, é grande parte do design, e se for de toque deve ser grande, tomando boa parte do aparelho e definindo o seu tamanho. Outra função que interfere no design é o teclado. Se ele for físico poderá ficar logo abaixo da tela, ou escondido ao deslizar.
Extras
Procure por funções e itens extras, para ver o que o fabricante oferece mais. Alguns permitem encontrar e até apagar os dados do aparelho à distância.
Outros enviam itens úteis na caixa, como adaptador de cartões, fones de ouvido intra-auriculares e/ou com controlos no próprio fio, cartões de memória parrudos – os de 8GB são os maiores enviados na caixa –, carregadores veiculares e até capinhas. Isso pode fazer a diferença.
A bateria é a grande esquecida
E por fim, mas não menos importante, não se pode esquecer duma boa alimentação para que não precise de estar sempre a carregar o seu smathphone.
Para começar, é preciso deixar claro um termo muito utilizado quando o assunto é baterias, o “efeito memória”. De acordo com o site especializado em tecnologia Xakata, o “efeito memória” é “um fenómeno pelo qual a capacidade das baterias é reduzida devido a uma incorrecta gestão das cargas por parte do usuário ou mesmo por superaquecimento”.
Ao carregar as baterias sem que estas cheguem a estar totalmente descarregadas, os compostos responsáveis por gerar a reacção química que produz a corrente eléctrica “criam cristais que modificam a voltagem e reduzem o seu potencial energético”. Na prática, isso significa uma menor autonomia para os nossos dispositivos electrónicos.
Se nos concentrarmos nas baterias de lítio, que são as mais utilizadas, este efeito ‘memória’ é pouco perceptível, por isso não é preciso esperar que a bateria esteja totalmente descarregada para conectá-la à tomada.
Também não é necessário que a primeira carga de um dispositivo electrónico seja consideravelmente mais longa que o resto para aumentar a sua capacidade. Com as baterias antigas isso funcionava, mas hoje é cada vez menos necessário.
As baterias são uma espécie de contentor onde se produzem reacções químicas que se transformam em corrente eléctrica. Estas reacções, que são um tanto complexas, não acontecem da mesma maneira por tempo indefinido, mas vão diminuindo.
Há baterias de vários tipos. Temos as baterias de níquel- cádmio que segundo a empresa Stereo Sl, “são baseadas num sistema formado por hidróxido de níquel, hidróxido de potássio e cádmio metálico”.
São as baterias recarregáveis mais antigas que existem e que fizeram parte dos primeiros anos da telefonia e informática móvel. A sua vida útil bem curta e o factor contaminante do cádmio tornaram desaconselhável o seu uso.
Também há as baterias de níquel e metal hidruro (NiMh) que ainda estão presentes em alguns aparelhos electrónicos porque, diz o site Xakata, “são bastante económicas, respeitam o meio ambiente e não têm efeito memória”. O único inconveniente é que com poucos ciclos de carga começam a perder efectividade.
Mas sem dúvida as mais famosas e comercializadas devido à sua rapidez, grande autonomia e tamanho reduzido são as baterias de lítio, representadas com as palavras “Lítio-íon”. De acordo com o Xakata também não têm “efeito memória” e a sua vida útil é muito boa. Devido a seu pequeno tamanho e usabilidade é ideal para celulares, câmaras, consolas de jogos, e outros dispositivos portáteis. Graças à ausência de “efeito memória” é possível carregá-la a qualquer momento.
Como já dissemos, não é necessária uma primeira carga mais longa. Segundo o site elfrancotirador.cl, a capacidade da bateria de lítio é máxima desde o primeiro uso, e não é preciso uma “calibragem” para ganhar eficiência.
Se a temos conectada ao carregador e se carga está inteira, segundo o site, não acontece nada por deixá-la conectada na tomada já que “as baterias de Lítio-íon possuem um circuito que corta a passagem de energia uma vez a carga esteja completa”.
Quanto à carga das baterias, os especialistas indicam que é recomendável utilizar a energia através do carregador, que é a correcta segundo a preparam de fábrica, já que a energia que chega do cabo USB conectado ao computador não é tão confiável.
De acordo com a Palm, “é recomendável usar o carregador para o aparelho correcto. A porta USB de alguns computadores – especialmente os notebooks – nem sempre manterá os 500mA requeridos, por isso levará até três vezes mais tempo para completar a carga”.
O site elfrancotirador.cl também recomenda que no caso do notebook, se for utilizado conectado à tomada, é recomendável tirar a bateria já que o calor produzido faz com que diminua a sua resistência.
Uma novidade é a criação de placas de indução que funcionam como carregador, sem necessidade de utilizar um adaptador específico para cada tipo de aparelho electrónico. Um exemplo disso são os carregadores comercializados pela empresa PowerMat.
Trata-se de uma placa rectangular na qual, ao apoiar os aparelhos electrónicos, estes começam a carregar. Segundo a empresa, podemos carregar até quatro gadgets ao mesmo tempo; três por indução e um quarto de maneira convencional.