Cinquenta e um alunos vivem em condições desumanas, sem abrigo, camas, colchões e alimentação adequada no Centro Internato de Namapa, sede do distrito de Eráti, a cerca de 250 quilómetros da capital provincial de Nampula.
Os visados fazem parte de um universo de 110 alunos internados naquele centro que, na tarde de 22 de Janeiro deste ano, foi fustigado por um vendaval que destruiu duas camaratas masculinas.De lá para cá, nada foi feito no sentido de minimizar o sofrimento dos rapazes que à noite vêm se obrigados a suportar o frio, além de se sujeitarem à várias situações criminosas, embora a vila se considere calma relativamente a outros pontos da província.
‘Quando aconteceu essa situação, a primeira coisa que fizemos foi transferir os alunos para o Centro de Recursos de Nacucha, que dista cinco quilómetros do Lar masas, ao constatarmos depois que as crianças não conseguiam percorrer 10 quilómetros todos os dias (ida e volta) para assistirem às aulas, optamos por devolvê-los ao Internato de Namapa’, referiu Valdemiro Abacar, director daquele estabelecimento, acrescentando que, por falta de fundos para a reconstrução dos edifícios ainda em elevado estado de degradação, os 51 alunos continuam apinhados num único compartimento de pequenas dimensões.
António Munhacula , empreiteiro local contratado para fazer avaliação das necessidades para uma eventual reabilitação, exige ao governo o pagamento de 167.572 mil meticais para efectuar a cobertura integral das duas camaratas destruídas pelo vendaval, dinheiro que, entretanto, o Centro Internato afirma não dispor neste momento.
A vice-ministra da Educação, Leda Hugo, e o director provincial adjunto da Educação e Cultura de Nampula, José Boaventura Chichava, já foram inteirados desta triste realidade.
O Wamhula Fax apurou de outras fontes que o processo de reabilitação do Centro Internato de Namapa está a merecer uma minuciosa análise por parte das estruturas locais que alegam ter perdido confiança em relação ao empreiteiro António Munhacula por ter abandonado várias obras e sem salários parte dos seus trabalhadores envolvidos numa obra de construção de oito salas de aula naquele distrito.
Refira-se que o distrito de Eráti comporta uma rede de 140 escolas, das quais 28 do Ensino Primário Completo (EPC) e 91 do Ensino Primário do Primeiro Grau (EP-1).