Os pais e encarregados de educação dos alunos que vivem na zona sul do bairro de Belenenses, na cidade de Nampula, pediram, há dias, ao governador de Nampula, Felismino Tocoli, a construção de uma ponte sobre o rio Muhala, para ligar as duas margens que ladeiam aquele curso de água, como forma de prevenir possíveis casos de afogamento das crianças em épocas chuvosas quando o caudal se apresenta muito intenso.
Segundo informaram ao governante nampulense, os moradores do bairro de Muhala, mais concretamente das zonas conhecidas por “chehe Maluco”, “Mohamad Coto” e outras, não só fazem as suas compras no mercado adstrito à nova feira dominical, para além de os respectivos filhos estudarem nas Escolas Primária de Belenense e Secundária “12 de Outubro”.
Trata-se de movimentos que se afiguram impossíveis de realizar em épocas chuvosas, porquanto o caudal do rio Muhala arrasta tudo o que encontra no seu leito, facto que faz as pessoas temerem pelas suas vidas.
Segundo Mamudo Muhamed, uma das figuras religiosas influentes residentes naquela área e pessoa que, em nome dos outros, apresentou esta preocupação ao governador Felismino Tocoli, explicou que face à situação, as crianças são obrigadas a descrever uma enorme curva, optando pela avenida Eduardo Mondlane ou passando pelo bairro de Muahivire, o que lhes acarreta atrasos às aulas ou, na pior das hipóteses, a faltarem até – explicou Muhamed.
Para os moradores, a solução seria a construção de uma ponteca sobre o rio, ligando as duas margens. A execução desordenada de obras, situação que tem concorrido para a obstrução das vias de acesso, também foi apontado como sendo um grande constrangimento não só no bairro de Belenenses como também nos outros localizados na periferia da cidade.
Observaram ainda, a propósito: nós como muçulmanos, quando alguém perde a vida é levado para o cemitério numa caixa chamada “janaiza”.
Porém, devido a este problema somos obrigados a destruir alguns quintais, o que traz transtornos – explicou Muhamed, acrescentando que tais construções desordenadas acontecem porque o Concelho Municipal demora dar despacho aos pedidos de edificação de novas obras, chegando a levar cerca de três anos.
Então, impacientes, as pessoas acabam decidir por realizar as obras sem saber se o local requerido é ou não proibido por constituir um traçado de via de acesso.
De referir que o levantamento das preocupações atrás referidas e outras relacionadas com a falta de chapa 100 entre a estrada cidade de Nampula e Marere, suposta venda de sangue nos hospitais, inoperância da polícia da República, foi feito no decurso do recente encontro entre os líderes religiosos e o governador, no contexto do debate do estágio de desenvolvimento da província.
Em resposta, Felismino Tocoli explicou que irá contactar as estruturas municipais para, em finais de Julho em curso, trazer as devidas respostas.