Um navio encalhou duas vezes no canal de acesso ao porto da Beira quando tentava aportar neste. O incidente deu-se na tarde da última quarta-feira na chamada curva do Macúti e repetiu-se na manhã do dia seguinte.
O director executivo do regional centro da empresa pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-EP), Cândido Jone, confirmou o facto ao nosso jornal, mas não precisou as causas que estiveram na origem do incidente.
O Autarca soube que o navio encalhou por volta das 14:45 horas do dia 29 de Junho tendo conseguido reflutuar, com ajuda de outras embarcações, por volta da 01:45 horas do dia seguinte e tendo sido tripulado até a barra onde deveria aguardar para nova entrada na manhã de 30 de Junho.
Logo pela manhã cedo de sexta-feira quando o navio tentava entrar novamente encalhou, precisamente no mesmo local. Depois de várias manobras com auxílio de outras embarcações o navio voltou a reflutuar e só no período da tarde conseguiu entrar para o porto.
O director executivo regional centro dos CFM afirmou ao O Autarca que o canal de acesso ao porto da Beira depois da dragagem que beneficiou é navegável em óptimas condições de segurança, sem, no entanto, atribuir responsabilidades pelo incidente ao piloto em serviço, por carecer de dados para a sua sustentação.
O mais provável, entretanto, é o piloto ter navegado o navio para além dos limites da largura do canal de acesso ao porto da Beira, podendo-se, se for o caso, julgar-se que se tratou de falha humana, como já aconteceu no passado.
O chefe dos serviços marítimos no porto da Beira, John Stocker, confirmou ao nosso jornal ter sido aberto um inquérito para determinar as causas do acidente. John Stocker confirmou igualmente que o piloto destacado para tripular a entrada do referido navio é experiente.
Não quis revelar a identidade do piloto em causa, mas O Autarca apurou apenas trata-se de Gabriel. Stocker admitiu a ocorrência de falhas no próprio navio ou então no piloto em serviço, mas explicou que tudo não passa de hipóteses visto que a realidade será conhecida quando estiver concluído o trabalho de inqérito mandado instaurar.
O Administrador Marítimo em Sofala, quando abordado pelo nosso jornal sobre o acidente, mostrou-se surpreso, tendo nos confidenciado que não havia tomado conhecimento ainda e, daí, prometeu seguir o assunto.