O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) acusou na passada sexta-feira a polícia moçambicana de ter deportado 93 refugiados etíopes e somalís na última terça-feira, exigindo ao governo que pare com as expulsões.
Segundo um comunicado do ACNUR, o grupo, composto por 59 somalís e 34 etíopes, entre os quais uma mulher e quatro crianças, entrou em Moçambique na costa de Mocímboa da Praia, norte, junto da fronteira com a Tanzânia, após o que foi detectado pela polícia. “Os elementos do ACNUR que contactaram com o grupo em Mocímboa da Praia, durante uma missão de assistência, desconheciam que eles iam ser deportados”, refere o comunicado.
A nota acrescenta que os candidatos a refugiados foram forçados a fazerem-se ao mar na costa moçambicana por o comandante de embarcação ter tido receio da presença de lanchas da polícia na zona. O ACNUR acusa a polícia de ter deportado as 93 pessoas para a Tanzânia, em vez de as levar para um novo campo de refugiados na zona, e de lhes ter confiscado telemóveis e sapatos para as impedir de regressarem a Moçambique, o que, denuncia, não constitui novidade.