Os subsídios de combustíveis que, há cerca de dois anos, têm vindo a ser concedidos pelo Governo aos transportadores devem ser eliminados gradualmente, recomenda o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A factura de subsídios de combustíveis, refira-se, entretanto, passou de 114 milhões de dólares, em 2009, para 160 milhões de dólares norteamericanos, em 2010, e a anual de importação de combustíveis atingiu, em 2010, os cerca de 530 milhões de dólares norte-americanos, contra os 400 milhões de 2004.A exigência do FMI em ver suprimidos os subsídios de combustíveis surge depois de ter constatado que grandes somas destes subsídios vão para os mais ricos e não para os empobrecidos por serem eles os donos dos transportes semicolectivos de passageiros que pululam por Moçambique.
Entretanto, o FMI quer, igualmente, ver tomadas políticas mais restritivas pelo Governo contra a inflação, “caso persistam as pressões inflacionistas”, segundo a directora-geral adjunta e presidente interina do Conselho de Administração daquela instituição financeira internacional, Nemat Shafik.
Ela exigiu “determinação” do Executivo moçambicano na implementação do novo Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP) por dar maior ênfase ao alargamento da base produtiva e exportadora do país e à criação de oportunidades de emprego, para além de apontar como outra acção prioritária “a expansão de sistemas de protecção social bem direccionados e implementáveis a custos razoáveis”.
Shafik reiterou a imperiosidade de as autoridades moçambicanas definirem como “prioridade-chave da política macroeconómica a curto prazo” o combate à inflação, devendo para isso tomar medidas mais restritivas contra a carestia de vida.
A directora-geral adjunta e presidente interina do Conselho de Administração do FMI falava logo após aquele órgão ter concluído a segunda avaliação do programa económico de Moçambique ao abrigo do Instrumento de Apoio à Política Económica (PSI).
Refira-se que o PSI foi concebido pelo FMI para países de baixo rendimento que não necessitem de recorrer à assistência financeira daquela instituição, mas que tenham interesse em beneficiar dos serviços prestados pelo FMI em matéria de aconselhamento, monitoria e endosso de políticas macroeconómicas.