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Quando vamos a escola estamos a combater a pobreza – Guebuza

O Presidente da República, Armando Guebuza, destacou a educação como instrumento de importância fundamental para superar os obstáculos ainda persistentes na longa marcha rumo a erradicação da pobreza, inimigo comum de todos os moçambicanos.

A escola, segundo o estadista moçambicano, ensina as coisas que permitem identificar as soluções para os vários obstáculos que enfermam a longa marcha que os moçambicanos estão a realizar na esfera de combate a pobreza e, dada magnitude das dificuldades, outros chegam a perder a confiança na vitória.

Guebuza destacou o papel da educação na construção do homem novo, durante o comício que orientou na localidade de Meluluca, a 35 quilómetros da sede distrital de Mandimba que, por sua vez, se situa a 144 quilómetros da cidade de Lichinga, capital provincial, inserido na Presidência Aberta e Inclusiva com o termo previsto para sexta-feira.

“Quando vamos a escola estamos a combater a pobreza, porque lá aprendemos coisas que nos podem preparar melhor para superar os desafios que ainda persistem na batalha contra a pobreza”, disse o presidente, apontando que é preciso acreditar e ela será derrubada.

Segundo Guebuza, esse golpe contra a pobreza não será uma mera casualidade, mas sim fruto do suor que os moçambicanos derramam todos os dias nesta marcha.

Meluluca, com um universo populacional calculado em 30.737 habitantes distribuídos em 97 povoados, é um ponto do distrito potencialmente agrícola onde as populações praticam culturas como o milho, a mapira, maxoeira, arroz, feijões, mandioca, batata-doce e hortícolas.

Na campanha agrícola 2009/10, Meluluca produziu 28.247,9 toneladas de produtos diversos, contra 24.009,6 toneladas da campanha agrícola 2008/09, o correspondente a um crescimento na ordem de 17 por cento.

Guebuza, que não está alheio aos progressos que a localidade, em particular, e a província, em geral, estão a realizar, afirmou que mais e melhores feitos podem ser concretizados quando as pessoas têm nobres valores que a educação transmite ao homem.

A semelhança do que tem feito nos outros comícios até aqui orientados, o presidente, usando parábolas e metáforas comparou os moçambicanos aos passageiros de um barco em pleno alto-mar, que navegam decididamente rumo à bom porto.

“Nós todos estamos lançados na mesma batalha, como se estivéssemos num barco, um barco grande, e para andar precisa que todos nós rememos. Uns remam de um lado e outros de outro para poder andar rumo a um certo porto, que nós a bordo queremos chegar lá”, explicou o presidente.

Porém, segundo Guebuza, no meio da navegação, em pleno alto mar, surgem várias intempéries como a chuva, chuva bem densa que não permite ver a frente, que têm de ser vencidas, porque no porto para onde vão os moçambicanos há certeza de que a pobreza será zero.

“Todos nós sabemos que havemos de chegar lá, por isso todos temos de dar a nossa contribuição, uns produzindo algodão, feijão, arroz e outras culturas, porquanto, quando produzimos a comida, acabamos com a fome”, exemplificou o presidente, apontando que com a venda dos excedentes é possível ter dinheiro para comprar roupa, melhorar as casas, educar os filhos.

“Quando educamos os nossos filhos”, disse o presidente, “estamos em perfeitas condições de descobrir como é que a nossa imagem aparece dentro de um aparelho como a televisão, como é a nossa própria voz se propaga amplificada através do microfone, da rádio entre outros objectos modernos”.

Para o presidente, o barco está a navegar na direcção certa, apesar de no caminho haver ainda muitas dificuldades, que chegam a levar algumas pessoas a bordo do mesmo a virar o remo para o sentido oposto, contrariando o esforço de uma grande maioria que puxa para frente. Naquela localidade, os residentes apontaram problemas de vária ordem que suscitaram, nalguns casos, prolongadas salvas de palmas.

Na pauta reivindicativa, os residentes de Meluluca apontaram, a título de exemplo, os problemas da comercialização do tabaco, relacionados com a falta de mercado, porque a entidade que compra usa moldes que eles saem em total prejuízo.

O outro problema que inquieta os residentes de Meluluca é a falta de meios como barcos que podem ajudar a fiscalizar as águas do Lago Amaramba, na fronteira com o Malawi.

A escassez desses meios leva a que os malawianos “invadam” o lado moçambicano e pilhem os recursos de elevado valor no mercado.

Em Meluluca há sérios problemas de conflito homem/fauna bravia, sendo os elefantes a maior dor de cabeça, pois devastam extensas áreas cultivadas em prejuízo das comunidades que ficam sem nada para colher no fim da época provocando, por conseguinte, uma situação de risco de insegurança alimentar.

A localidade também se ressente da fraca capacidade dos serviços de saúde, dado que o centro de saúde local não tem uma maternidade, e os exames de CD4 destinados a apurar a carga viral em pessoas padecendo de HIV levam muito tempo a chegar porque só podem ser feitos em Lichinga.

Armando Guebuza não se mostrou alheio as preocupações levantadas, dado que têm a sua legitimidade mas prometeu que o seu governo continua a trabalhar na busca das respectivas soluções e a batalha que os moçambicanos travam visa mesmo superar esses problemas.

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