O ministério moçambicano da Agricultura (MINAG) promete abrir, na próxima campanha agrícola, cerca de mil campos de demonstração do extensionista, para a transmissão de tecnologias mais produtivas aos agricultores, no contexto dos esforços para incrementar a produção agrícola no país.
Este facto foi revelado, recentemente, à AIM, pelo respectivo ministro, José Pacheco. “No âmbito da implementação do plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário-PEDSA, vamos ensaiar campos de demonstração do extensionista. Concebemos que cada extensionista terá um campo de demonstração de pelo menos um hectare, onde ele vai demonstrar as tecnologias geradas pelas estações experimentais da região onde ele estiver a prestar assistência aos produtores”, frisou.
José Pacheco referiu que paralelamente ao estabelecimento de campos de demonstração, técnicos da agricultura vão desafiar também alguns produtores locais a embarcarem neste processo de buscar os resultados da investigação para a produção agrícola, esperando-se que esta acção absorva um elevado número de técnicos.
Para aquele governante, “esta iniciativa acaba sendo um desafio para os técnicos mostrarem, no campo da demonstração, aquilo que aprenderam na escola e que se pretende seja usado pelos produtores. “Nós estimamos que na próxima campanha estaremos em condições de ter cerca de mil campos de demonstração espalhados por todo o país, de modo a que possamos usar, da forma mais efectiva, a capacidade técnica e científica que temos no ministério”, afirmou.
De acordo com o ministro, cada extensionista terá o seu campo de demonstração, onde vai praticar diversas culturas, e esse campo, dependendo da sua localização, poderá também ter uma unidade de avicultura para cerca de duas mil aves e um tanque de piscicultura, usando técnicas artesanais, com vista a melhorar a dieta alimentar e a base de rendimento das populações.
Pacheco considera que estes modelos a serem adoptados pelos produtores podem fazer a diferença “neste desafio que temos de Moçambique ser uma das capitais da Revolução Verde, e de produzir comida, no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrário”, que contempla nove programas e 31 projectos.
A uma pergunta se o ministério da agricultura tem recursos financeiros para a realização destas actividades, aquele dirigente afirmou que “o compromisso que há ao nível do nosso Governo é que deve ser feito um esforço para que, no Orçamento de Estado, 10 porcento da verba seja alocado à agricultura, tendo o nosso ministério a responsabilidade de ir buscar os valores que serão necessários para a implementação dos programas e projectos junto dos nossos parceiros bilaterais e multilaterais, para que a agricultura seja uma realidade e oportunidade de negócio em Moçambique”.
De referir que, para a implementação do PEDSA, o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, orientou o Ministério da Agricultura para que se identifiquem as zonas com maior potencial e se direccionem os meios necessários para essas regiões, uma abordagem que pode ser benéfica para o desenvolvimento das zonas rurais, através das ligações da agricultura com outros sectores da economia.