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Empresário convida 300 pessoas carentes para a festa de Obama

É como um conto de fadas que se tornou realidade: um milionário da Virgínia agitou sua varinha de condão, gastou nada mais, nada menos que 1,6 milhão de dólares e proporcionou a 300 pessoas carentes a possibilidade de poder presenciar a posse de Barack Obama em Washington.

“Jamais imaginei que estaria aqui”, afirmou, comovida, Martha Young, quando viu o luxuoso hotel em Washington onde foi hospedada por Earl Stafford, o empresário que idealizou o projeto de levá-los ao “Baile popular” para comemorar a posse do novo presidente. Young, que perdeu seu filho de 21 anos num tiroteio de gangues, é uma das 300 pessoas que foram convidadas a participar das celebrações de posse de Obama. Stafford não economizou nos gastos para acomodar seus hóspedes.

Tudo está incluído: quartos no Hotel Marriott da capital americana, elegantes “smokings” e vestidos de gala, manicures e banquetes, convites para o baile e lugares para assistir a histórica posse do 44º presidente dos Estados Unidos. “Queria que isso fosse acessível para pessoas que nunca teriam a oportunidade de vir a Washington e a essa cerimônia”, explicou Stafford.

O empresário procurou 35 organizações de caridade no país para escolher pessoas que seriam os afortunados a participar no “People’s Inauguration Project” (“Projeto de Posse do Povo”). Ele reservou metade dos quartos do Marriott e ali alojou centenas de pessoas acostumadas a uma vida dura e de esperanças perdidas. Entre elas há vítimas de furacões, mulheres que sofreram relações abusivas, adultos incapacitados e crianças que vivem uma agoniante pobreza. “Estou muito honrada.

Tudo é maravilhoso, os quartos, os vestidos, a comida”, afirmou, antes de irromper em lágrimas, Jennifer Jeffers, de 20 anos, eleita por sua tráfica infância. Bernard Henry, de 21 anos, admite que foi um pivete quando adolescente, mas que agora tenta assumir um papel como exemplo para as crianças de sua vizinhança. “Fui expulso da escola duas vezes, vivi nas ruas, mergulhado nas drogas e no álcool, mas mudei de vida”, conta. Prince Brooks, um veterano de guerra de 57 anos e sem-teto, se mostra impressionado com tudo e elogia, emocionado, seu benfeitor. “Ele não tinha que fazer isso.

Acho que ouviu seu coração. Todos nós temos um ser espiritual que precisa ser cultivado, e acho que é isso o que ele está fazendo”, declarou Brooks ao jornal The Washington Post. “Eu o aplaudo por isso”. “A idéia é que tudo seja de primeira classe”, disse Lavern Chatman, da Liga Nacional Urbana, a organização que ajudou a coordenar o festejo. “São como Cinderelas e Cinderelos”, acrescentou, enquanto Michael Williams, um ex-viciado que virou assistente social, escolhe o par de sapatos que usará no baile desta noite.

Apesar de não estar previsto que Obama vá ao Baile do Povo, os convidados ainda têm uma esperança de que possa haver uma surpresa.

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