O consumo de gás doméstico deverá incrementar dos actuais três milhões/ano para cerca de nove milhões de gigajoules a partir de 2013, segundo projecções do Ministério dos Recursos Minerais (MIREM).
O actual nível de consumo de gás doméstico “é muito menor para um país com grande potencial”, no entender de Benjamin Chilenge, director de Planificação e Desenvolvimento no MIREM, acrescentando que, apesar de Moçambique ser produtor daquele recurso, mais de 90% de produção de gás natural são exportados para a vizinha África do Sul, por o país não dispor de tecnologia para a sua refinação.
Sobre o programa de elaboração do novo regulamento de fixação de tarifas para o transporte interno de gás natural, Chilenge salientou que o mesmo deverá entrar em vigor a partir de 2012, na medida em que “não há ainda tarifas únicas, pelo que o Governo apenas negoceia directamente com operadores daqueles serviços, sem determinar balizas preçárias”.
Por outro lado, Rosária Nunes, da KEMA, empresa de consultoria responsável pela avaliação do regulamento de fixação de tarifas, perspectivou que, nos próximos 10 anos, “Moçambique poderá tornar-se numa importante rede pan-africana de transporte de gás natural”, apontando a exploração de gás natural de Temane e Pande, na província de Inhambane, e Bacia do Rovuma, no Norte do país, como os principais “dinamizadores” do projecto de movimentação daquele recurso natural para diferentes mercados da região Austral de África.
Chilenge e Nunes falavam em exclusivo ao Correio da manhã na semana finda em Maputo, à margem de uma reunião técnica do MIREM visando a recolha de subsídios para o enriquecimento do futuro regulamento de fixação de tarifas para o transporte de gás natural em Moçambique, documento a ser submetido ao Conselho de Ministros em Fevereiro de 2012.