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Tanques invadem cidade no sul da Síria

O Ocidente anunciou que aumentará a pressão sobre a Síria na terça-feira, caso a repressão de protestos pró-democracia continuem, horas depois de tanques atacarem uma cidade no sul, o berço de uma revolta contra o regime do partido Baath.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que tanto a União Europeia quanto os Estados Unidos — que já impuseram sanções sobre uma série de altos funcionários sírios, mas não sobre o presidente Bashar al-Assad — estavam planejando novas iniciativas. “Vamos tomar medidas adicionais nos próximos dias”, afirmou Hillary, acrescentando que estava de acordo com a chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton.

Ashton disse a repórteres que o tempo para a Síria fazer mudanças é agora. Ativistas de direitos humanos afirmam que uma ofensiva para acabar com uma onda de dois meses de protestos contra Assad já matou pelo menos 700 civis. Tanques sírios se movimentaram para uma cidade do sul, na Planície Hauran, na terça-feira, depois de cercá-la por três semanas, disseram ativistas. Soldados fizeram disparos de metralhadoras para o ar, conforme tanques e veículos blindados entravam em Nawa, uma cidade de 80 mil habitantes 60 quilômetros ao norte da cidade de Deraa, de acordo com ativistas da região. “As tropas estão agora vasculhando os bairros em Nawa e prendendo dezenas de homens”, afirmou um ativista.

Em Deraa, tanques permaneceram nas ruas depois que o bairro antigo da cidade foi bombardeado. Moradores fizeram relatos de valas comuns, mas as autoridades negaram. As cidades de Inkhil e Jassem também permaneceram sitiadas, disseram ativistas de direitos humanos, acrescentando que as prisões em massa continuaram na região da Planície Hauran e outras áreas. Assad havia sido parcialmente reabilitado no Ocidente nos últimos três anos, mas o uso da força para reprimir a dissidência nos últimos dois meses inverteu essa tendência.

CRÍTICAS INTERNACIONAIS

Os Estados Unidos classificaram a repressão como “bárbara”. O chanceler francês, Alain Juppé, disse na terça-feira que a França e a Grã-Bretanha estavam quase conseguindo nove votos a favor de uma resolução sobre a Síria no Conselho de Segurança da ONU, mas Rússia e China estavam ameaçando usar o seu veto. Metade dos 50 parlamentares do Kuweit pediu, na terça-feira, que o Estado árabe do Golfo Pérsico corte seus laços com a Síria e expulse o embaixador, em protesto contra a violência na repressão aos protestos.

Desde que Assad enviou tanques para Deraa há três semanas, o Exército avançou em vários outros centros de protesto no sul, nos arredores da capital, Damasco, e na costa do Mediterrâneo. O governo responsabiliza pela maior parte da violência grupos armados apoiados por islamitas e os forças externas, dizendo que eles mataram mais de 120 soldados e policiais.

Assad tentou realizar uma mistura de reforma e de repressão para conter os protestos, que foram inspirados por levantes em todo o mundo árabe. Autoridades dizem que ele pretende lançar negociações de diálogo nacional, um gesto rejeitado por líderes da oposição e ativistas do grupo principal do protesto, que argumentam que as forças de segurança devem primeiro parar de atacar os manifestantes e que os prisioneiros políticos devem ser libertados. A página do Facebook Syria Revolution 2011 convocou uma greve geral em toda a Síria para quarta-feira.

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