Um relatório do Governo moçambicano indica que a cannabis sativa, mais conhecida por soruma, é a droga mais produzida e consumida em Moçambique, tendo sido apreendidos, só em 2010, 3,2 milhões de quilogramas.
O relatório anual do Executivo moçambicano sobre a evolução do consumo e tráfico de droga no país, em 2010, submetido à Assembleia da República para apreciação, indica que 468 pessoas foram indiciadas por tráfico e consumo ilícito de droga, contra 517 registados em 2009.
De acordo com o documento, a cannabis sativa tem sido também traficada nos países vizinhos, para onde é transportada de forma disfarçada, nomeadamente no meio de outros tipos de cargas.
A cannabis sativa é produzida em algumas províncias moçambicanas, designadamente Tete (Centro), Nampula, Cabo Delgado e Niassa (Norte) e consumida, especialmente, nos principais centros urbanos: Maputo (Sul), Beira (Centro) e Nampula (Norte), refere o documento.
Em 2009, foram apreendidos 2,6 milhões de quilogramas de cannabis sativa, menos 632 quilogramas se comparado com 2010, destaca o relatório governamental.
O Governo assinala que a Polícia moçambicana apreendeu também, em 2010, 3776 quilogramas de cocaína, cinco quilogramas de heroína e 10 quilogramas de haxixe.
No ano passado, 140 cidadãos moçambicanos foram detidos por tráfico de droga e 300 por consumo ilícito, enquanto em 2009 70 cidadãos foram presos.
Os dados demonstram que relativamente ao tráfico de droga, o número de cidadãos moçambicanos indiciados deste tipo de crime aumentou 100 porcento no caso dos detidos e em 6,5 porcento em relação aos condenados.
Quanto ao consumo ilícito, o número de detidos aumentou em 31,6 porcento, mas o número de condenados diminuiu em 31,5 porcento, refere o relatório, anotando ainda a indiciação de 16 cidadãos estrangeiros por tráfico e consumo ilícito de droga.