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Moçambique foi uma escola para a “Vale”: Roger Agnellli

O presidente da multinacional brasileira “Vale”, Roger Agnelli, diz que Moçambique foi uma verdadeira escola para a sua empresa, para além de ter sido a porta de entrada para o continente africano.

“Moçambique foi uma escola para a Vale em termos de África, porque daqui partimos para praticamente todo o continente. Por isso, estamos presentes em muitos países, com vários projectos diferentes mas com uma realidade única”, disse Agnelli, citando como exemplos os casos de Angola, Zâmbia, Africa do Sul República Democrática do Congo, Libéria, entre outros.

Actualmente, a Vale está presente em 38 países do mundo. Prosseguindo, o presidente da Vale, disse que “África significa oportunidade, África significa futuro, África significa para o mundo o novo continente que vai abastecer o mundo em recursos naturais, seja em alimentos, gás, petróleo, carvão, ferro, níquel, ouro e mais”.

Por isso, Agnelli sustenta que qualquer grande empresa, empresário ou empreendedor sensível é capaz de prever que, nos próximos 10 anos, África será um continente completamente diferente. Segundo Agnelli, vários “gurus” do mercado financeiro diziam que África é arriscada, questionando constantemente o que é que a Vale estava a fazer em África.

Todas estas questões surgiam como consequência da má imagem de África no mundo ocidental, onde o continente é encarado como uma região muito complicado e instável. “Mas eu disse que, por isso mesmo e por ser brasileiro, creio que a gente consegue entender um pouco mais da realidade de África e como é possível transformar (sonhos) em realidade”.

Para melhor sustentar os seus argumentos, Agnelli diz que é um assunto que discute diariamente com os seus colegas e amigos no Brasil, sua terra natal, bem como no estrangeiro.

“Falo isso para o governo americano, para o governo europeu, para o governo brasileiro. Para todos. África já passa a ser uma realidade. África, sobretudo Moçambique está próxima da Ásia, a região do mundo que mais cresce, a região do mundo que está num processo de urbanização muito acelerado”.

Como forma de provar que a razão esteve sempre do seu lado, Agnelli disse num tom cheio de convicção “nós (Vale) já superamos praticamente todos os grandes desafios que a gente tinha que superar em Moçambique”.

Entre as principais vantagens comparativas de África, Agnelli cita como exemplos o seu potencial para a produção de energia hidroeléctrica, enormes reservas de carvão, petróleo e fontes de energias renováveis. Além disso, África possui muita água, sol, terra, mão-de-obra e uma localização muito estratégica em termos logísticos.

De facto, África fica exactamente no meio dos dois mundos, o mundo Oriental e Ocidental. Manifestando a sua paixão por Moçambique e pelo continente africano, Agnelli promete dedicar o resto da sua vida para demonstrar ao mundo que, cada vez mais África, é importante para a humanidade.

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