Entretanto, o director do Instituto Nacional de Desminagem (IND), o Embaixador Júlio Braga, garantiu há dias ao nosso jornal que até 2014, ano previsto para o término do Plano Nacional de Acção contra Minas, todas as minas presentes nessas áreas terão sido removidas e destruídas e, nessa altura, o país poderá ser considerado livre de minas.
De acordo com os dados facultados pelo director do IND, até 2008, ano do início do plano de acção em curso, um total de 551 áreas em todo o território nacional estavam minadas, sendo a província de Inhambane, na região sul do país, que apresentava o maior índice de presença de minas, com 46 porcento, seguida de Sofala (centro), com 19 porcento, Maputo (sul), com 11 porcento, Manica (no centro), com 10 porcento, enquanto as províncias de Gaza (no sul) e Tete (no centro) apresentavam quatro porcento cada.
Ainda de acordo com a fonte, no ano passado (2010) foram desminadas 136 áreas, equivalente a 6.1 milhões de metros quadrados, um número que representa um crescimento de quase 50 porcento em relação ao ano anterior (2009) que foram desminados cerca de 3.2 milhões de metros quadrados, e em 2008 mais de 2.3 milhões de metros quadrados foram libertados de minas.
Contudo, Braga considera que “ainda há muito trabalho por se fazer no que diz respeito a identificação, remoção e destruição de engenhos explosivos, embora a avaliação deste plano seja positivo”.
Instado a pronunciar-se sobre as vítimas, Braga disse que as mesmas estão a ser assistidas pelo Estado, sendo que em 2010 pelo menos 34 pessoas foram vítimas de minas, das quais sete perderam a vida e as restantes 27 ficaram mutiladas.
Braga defendeu ainda a necessidade de se acelerar o processo de “limpeza” no país para acelerar o desenvolvimento sócio-económico com abertura de estradas primárias, secundárias e terciárias, circulação de pessoas e bens com vista a dinamizar o desenvolvimento.
Igualmente, Braga deu a conhecer que o Instituto Nacional de Desminagem iniciou em 2010 um processo de classificação dos distritos livres de minas e, até ao momento, 37 distritos estão livres de minas e foram confirmadas pelas equipas de controlo que as comunidades já podem praticar as suas actividades económicas, incluindo machambas.