Um antigo executivo de um banco suíço afirmou que planeia entregar dados sobre centenas de correntistas estrangeiros ao site de denúncias WikiLeaks, sediado em Londres, em entrevista coletiva a ser na realizada na segunda-feira. Rudolf Elmer foi diretor do escritório do banco Julius Baer nas ilhas Cayman até sua demissão pelo banco, em 2002. Ele deve ser julgado em um tribunal suíço na quarta-feira por violação das leis de sigilo bancário.
Ele e Jack Blum, antigo investigador do Congresso norte-americano e hoje advogado em Washington que representa pessoas envolvidas em denúncias contra grandes organizações, devem conceder entrevista coletiva em Londres na manhã da segunda-feira, durante a qual planejam entregar ao WikiLeaks dois CDs que supostamente contêm nomes e dados de conta sobre cerca de duas mil pessoas que mantêm dinheiro em contas bancárias fora de seus países de origem.
Os organizadores do evento afirmam acreditar que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, concordou em participar pessoalmente do evento, a fim de receber as informações. No entanto, a presença de Assange não está confirmada devido a uma ordem judicial que restringe seus movimentos e o mantêm em geral confinado a uma casa no leste da Inglaterra, onde está morando até que os tribunais britânicos julguem uma solicitação das autoridades suecas para que seja extraditado à Suécia a fim de ser interrogado sobre alegações de delitos sexuais.
No domingo, Elmer disse à Reuters que esperava que sua entrevista coletiva chamasse a atenção para os abusos praticados pelos bancos offshore e promovesse o WikiLeaks como mecanismo para que outras pessoas façam suas denúncias. “O principal é educar a sociedade sobre os abusos dos bancos offshore e sobre sua forma de trabalho”, disse. “Acredito no sistema do WikiLeaks”, prosseguiu Elmer. “Um recurso como esse precisa existir. O WikiLeaks era minha última esperança. Eu não tinha como divulgar minha mensagem. O WikiLeaks pode ser a única maneira de levar minha mensagem à sociedade. Eu gostaria de ajudar a recolocar o WikiLeaks nos trilhos.”