Soldados foram mobilizados na quarta-feira no centro de Túnis, capital da Tunísia, por causa de uma onda de distúrbios que já matou 23 pessoas na Tunísia e que durante a noite espalhou-se pela primeira vez até a capital.
Na principal avenida da cidade, dois veículos militares estavam estacionados em frente à Embaixada da França, e dois soldados armados patrulhavam as ruas, segundo um repórter da Reuters. Perto do centro da cidade, dois blindados vigiavam o acesso à sede da TV estatal.
Também esta quarta-feira, o presidente do país, Zine al-Abidine Ben Ali, anunciou a demissão do ministro do Interior e determinou a libertação de todas as pessoas detidas na onda de protestos violentos, informou o primeiro-ministro Mohamed Ghannouchi.
O presidente também determinou a criação de um comitê especial para investigar denúncias de corrupção contra autoridades. Na terça-feira à noite, policiais fizeram disparos para o alto e usaram gás lacrimogêneo para tentar dispersar uma multidão que saqueava prédios num subúrbio da capital.
Os manifestantes reivindicam empregos e melhores condições de vida. Eles também reclamam da corrupção, do que consideram um governo repressor e pedem a renúncia do presidente. As autoridades, no entanto, dizem que os protestos – os piores nos 23 anos do governo de Zine al-bidine Ben Ali – foram dominados por uma minoria violenta.
As autoridades locais dizem que os civis mortos no interior do país foram vítimas de disparos feitos pela polícia em situação de legítima defesa.