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Reprovações aumentam receio da falta de vagas em 2011

O Ministro moçambicano da Educação, Zeferino Martins, receia o agravamento da escassez de vagas para o ensino secundário em 2011 devido as reprovações em massa de alunos nos exames finais do presente ano lectivo. O receio surge pelo facto de os resultados preliminares dos exames finais deste ano apontarem para um cenário preocupante de reprovações, particularmente no ensino secundário onde as aprovações chegam a corresponder 22,5 por cento do universo dos alunos examinados numa dada província.

Por exemplo, das sete províncias com resultados dos exames da 12ª classe já disponíveis, Manica, no Centro do país, teve o aproveitamento mais baixo que corresponde a 22,5 por cento, enquanto Nampula, no Norte, tem o mais alto, com 67 por cento.

Ao nível da 10ª classe, a província de Maputo é que teve o pior aproveitamento escolar, com 37,5 por cento, e Nampula conseguiu alcançar o aproveitamento mais alto correspondente a 77 por cento. Na sétima classe, o nível de aproveitamento em Niassa, Norte do país, é de 64 por cento, enquanto em Nampula, o aproveitamento é de 90 por cento.

Questionado sobre como os graduados do nível primário teriam vagas no ensino secundário tendo em conta as grandes reprovações neste nível, o Ministro admitiu a possibilidade de alguns alunos poderem ficar por fora do Sistema Nacional do Ensino. “Esse é que é o perigo: não ter vagas no ensino secundário. Quando existem muitos repetentes… os novos ingressos ficam comprometidos”, admitiu ele, falando em conferência de imprensa realizada hoje em Maputo para fazer o balanço do ano lectivo 2010.

Estimativas iniciais indicavam que cerca de 300 mil alunos iriam concluir a sétima classe este ano, devendo disputar a vaga na classe inicial do ensino secundário em 2011. Contudo, com esta onda de reprovações, o Ministério da Educação (MINED) acredita que as previsões iniciais deverão sofrer uma revisão. “Alguns alunos terão que ficar de fora”, disse o governante, acrescentando que “teremos que aplicar os critérios usados regularmente para os ingressos. Inscrever os alunos mais jovens e com melhores notas”.

Por outro lado, Martins disse que o MINED está ainda a discutir a implementação do sistema de ensino da oitava classe a distância, como uma das formas de minimizar os efeitos da crise de vagas no regime presencial. O Ministro reconheceu haver receio de que o ensino a distância não oferece uma melhor qualidade na formação de alunos.

Contudo, ele disse que experiências realizadas em Nampula durante três anos provaram a eficácia deste sistema. Ao cabo da sua formação, os “alunos a distância” foram avaliados em simultâneo com “alunos regulares” e os primeiros tiveram os melhores resultados. Assim, o Ministro anunciou que cerca de 30 mil alunos passarão a frequentar a oitava classe através do sistema de ensino a distância no próximo ano.

Por outro lado, o governante disse haver outras alternativas de ensino, particularmente para os graduados da décima classe, dentre as quais o ensino técnico profissional (tanto público como privado) em diversas áreas como formação de professores, contabilistas, técnicos agrónomos, de administração pública, entre outras.

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