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Comissão Consultiva do Trabalho: sindicatos exigem medidas para minimizar alto custo de vida

Os sindicatos moçambicanos exigem que a Comissão Consultiva do Trabalho (CCT) avance, urgentemente, com propostas de medidas concretas para minimizar o impacto do alto custo de vida, situação que esteve na origem das manifestações ocorridas no país entre os dias um e dois de Setembro último.

Esta exigência foi apresentada pelo Secretário-geral da Organização dos Trabalhadores de Moçambique, Central Sindical (OTM-CS), Alexandre Munguambe, última Segunda-feira, em Maputo, no decurso da II sessão da CCT, um órgão que envolve o Governo, empregadores e sindicatos.

“A CCT não pode ficar alheia ao problema do custo de vida no país e deve se pronunciar o mais urgente possível em relação às manifestações havidas em Setembro último porque a população espera muito de nós e temos que avançar com medidas concretas” sublinhou a fonte.

Segundo Munguambe, as manifestações eram previsíveis e a OTMCS já havia alertado que estavam a ser criadas condições para uma “convulsão social no país”. Munguambe explicou, na ocasião, que tudo começou com os reajustamentos dos preços de combustíveis no país, que culminaram com o aumento do valor dos produtos de primeira necessidade.

De referir que os preços de combustíveis registaram três agravamentos em cerca de três meses no início do presente ano, depois de um longo período de congelamento desses mesmos reajustes.

Os sindicalistas entendem que os agravamentos dos preços de combustíveis após a aprovação de novos salários mínimos veio a complicar as contas dos cidadãos, porque os preços subiram automaticamente e de forma drástica.

“A subida dos preços de combustíveis ao mesmo tempo que se reajustam os salários mínimos é má, porque pensamos que se dá por uma mão e se tira por outra. O combustível afecta os preços dos produtos básicos. Nós consideramos que era evidente que aquelas manifestações ocorressem e já tínhamos advertido isso”, declarou a mesma fonte.

Os sindicatos reconhecem que o país está a passar por momentos difíceis, derivado da crise financeira e económica internacional, porém, sublinham que os cidadãos estão a sentir que a pobreza está a aumentar de forma crescente. Munguambe referiu que a OTM-CS, como parceiro social, já propôs a realização de um estudo sobre o custo de vida, porém, parece que a mesma iniciativa foi ignorada.

Ele explicou que “Há dois anos a OTM propôs a realização de um estudo sobre o custo de vida no país para se poder adoptar uma estratégia de redução desse mesmo custo, sob pena desta situação levantar convulsões sociais”.

“Em 2009 aparecemos publicamente a dizer que se a situação continuar assim haveria convulsões”, frisou Munguambe. As preocupações dos sindicatos foram ouvidas pelos empregadores e governo, este último representado pela ministra do Trabalho e pela vice – Ministra dos Transportes e Comunicações, Helena Taipo e Manuela Ribeiro, respectivamente.

De referir que os sindicatos consideram que o salário mínimo nacional está muito longe de satisfazer as necessidades dos moçambicanos, sobretudo devido às despesas de transporte. O sector do transporte semi – colectivo caracteriza –se principalmente por uma total anarquia.

Em média uma família moçambicana é composta por cinco membros e os sindicatos entendem que o cabaz mínimo mensal custa seis mil meticais, quando o salário mínimo nacional é, em média, de 2.400 meticais (um dólar EUA equivale a aproximadamente 36 meticais).

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