O Supremo Tribunal do Iraque condenou, terça-feira, à morte, por enforcamento o antigo vice-primeiro-ministro de Saddam Hussein Tarek Aziz, pelo seu papel na eliminação dos partidos religiosos xiitas, noticiou a televisão estatal iraquiana.
“O Supremo Tribunal iraquiano emitiu uma ordem de execução de Tarek Aziz pelo seu papel na eliminação dos partidos religiosos”, segundo a televisão Al-Irakiya. O porta-voz do tribunal, Mohammed Abdul Sahib, não precisou quando é que a sentença vai ser executada.
Aziz, de 74 anos, cristão, foi vice-primeiro-ministro de Saddam entre 1979 e 2003 e ministro dos Negócios Estrangeiros entre 1983 e 1991. Neste processo era acusado de, durante o regime de Saddam (1979-2003), participar na campanha de perseguição a membros do Partido Dawa, ao qual pertence o actual primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki.
Anteriormente, Aziz já tinha sido condenado a duas penas, de 15 anos e de sete anos de prisão. Numa primeira reacção a este anúncio, Ziad Aziz, filho de Tarek, considerou que esta condenação é “uma vingança” que prova “a credibilidade das informações do Wikileaks”.
“Como mostrou o Wikileaks nos documentos que publicou, trata-se de operações de vingança e de eliminação de qualquer pessoa que tenha ligações com o passado”, disse Ziad, residente na Jordânia. “O meu pai nunca teve nada a ver com os partidos religiosos.
Este veredicto é uma vergonha. O meu pai foi, ele próprio, vítima de um partido religioso, o Dawa”, acrescentou. Ziad referia-se a um ataque à granada de que Tarek Aziz foi vítima na Universidade de Bagdad em Abril de 1980, onde tinha pronunciado um discurso.