A segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Conakry, que deve opor Cellou Dalein Diallo da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG) ao professor Alpha Condé da Coligação do Povo da Guiné (RPG), poderá ser organizada domingo próximo, soube a PANA de fonte bem informada.
A primeira volta, organizada em Junho e denunciada pela maioria dos 24 candidatos devido a “disfunções”, levou a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) a programar a segunda volta para 19 de Setembro antes de anunciar o seu adiamento devido “a dificuldades técnicas”.
O novo presidente da CENI, o general maliano Siaka Toumany Sangaré, que anunciou, sexta-feira passada, o adiamento da segunda volta prevista para domingo passado devido “a várias disfunções”, multiplicou as consultas antes de indicar que o escrutínio será organizado “em breve”.
O presidente da CENI e o comandante da Força Especial de Protecção do Processo Eleitoral (FOSSEPEL), o general Ibrahim Baldé, declararam, domingo, na rádio nacional, que “doravante as actas, transportadas por voluntários, serão encaminhadas a partir das assembleias de voto pelos elementos da FOSSEPEL numa preocupação de transparência”.
Perito da Organização Internacional da Francofonia (OIF) em matéria eleitoral, o general Sangaré assegurou que esta inovação permitirá proteger o escrutínio e evitar as numerosas disfunções constatadas na primeira volta, notando que em todos os países do mundo “as anormalias fazem-se na retirada das atas e no seu transporte ao destino”.
A contagem dos sufrágios deverá ser feita manualmente. Dezassete computadores configurados foram roubados recentemente nos gabinetes da CENI supervisionados por agentes de segurança.
Nomeado, terça-feira passada, pelo Presidente Sékouba Konaté, o general Sangaré, que prometeu anunciar esta segunda-feira a data da segunda volta, afirmou que apenas lhe faltava proceder a verificações sobre informações relativas à circulação duma lista paralela dos eleitores.
O general Sangaré substituiu Louncény Camara, eleito em setembro passado no lugar do defunto Ben Sékou Sylla por 17 dos 22 membros da CENI, mas rejeitado por Cellou Dalein Diallo e os seus apoiantes que o acusam de ser próximo do seu opositor, Alpha Condé.
A CENI continua a proceder ao encaminhamento dos materiais eleitorais no interior do país onde nove mil e 555 assembleias de voto foram criadas no quadro duma nova divisão eleitoral contra cerca de oito mil e 500 na primeira volta.