A operação vai envolver seis milhões de recenseadores, pela primeira vez incluirá populações de Hong Kong, Macau e Taiwan, custará cerca de oito milhões de yuan e os dados demorarão um ano a ser processados A China vai contar a sua população entre 1 e 10 de Novembro, num censo de porta-a-porta que se realiza uma vez por década e que mobilizará este ano cerca de seis milhões de pessoas.
No último censo, em 2000, a China tinha 1 265 830 000 habitantes, mas 1,8 porcento da população (quase 23 milhões) não foi contabilizada, disse, quarta-feira, o director do departamento de demografia do Instituto Nacional de Estatísticas, Feng Nailin.
Pela primeira vez, serão também abrangidos os estrangeiros e os “compatriotas de Hong Kong, Macau e Taiwan”.
Cada recenseador será responsável por “um bloco de 250 a 300 pessoas”, através de mais de 300 cidades e 680 000 aldeias, indicou Feng Nailin.
Segundo o mesmo responsável, a operação está orçada em oito mil milhões de yuan (cerca de 866,5 milhões de euros) e os resultados vão demorar um ano a processar.
As “maiores dificuldades” dizem respeito aos trabalhadores migrantes, estimados em cerca de 200 milhões, e ao “receio” de muitas famílias de serem multadas se declararem a existência de um segundo filho, reconheceu o responsável.
Em Julho passado, a ministra Li Bin, directora da Comissão Nacional da População e Planeamento Familiar, estimou que em 2015 a China chegará aos 1400 milhões – mais 80 milhões que no final de 2008 – e, pela primeira vez, a maioria viverá em cidades.
Nos primeiros 30 anos de governo comunista, até ao final da década de 1970, a população quase triplicou, para cerca de mil milhões, mas o crescimento caiu 40 porcento com a política de “um casal, um filho”, imposta em 1980.
Pelas estimativas do Instituto de Estatísticas da China, no final de 2009, o país tinha cerca de 1340 milhões de habitantes – mais de um quinto de toda a Humanidade.