Dois membros do comitê executivo da Fifa suspeitos de terem oferecido vender seus votos na eleição pela sede do Mundial de 2018 e de 2022 foram suspensos provisoriamente, anunciou esta quarta-feira a entidade que controla o futebol internacional.
Claudio Sulser, chefe do comitê de ética da Fifa, disse em entrevista coletiva que o presidente da Confederação de Futebol da Oceania, Reynald Tamarii, ex-jogador do clube francês Nantes, e o nigeriano Amos Adamu foram suspensos de todas as atividades relacionadas ao esporte pelo período de 30 dias.
Sulser e o seu comitê estão investigando as acusações feitas pelo jornal inglês Sunday Times de que a dupla teria oferecido vender seus votos na eleição do dia 2 de dezembro, quando os 24 integrantes do comitê-executivo da Fifa vão eleger as sedes das Copas de 2018 e 2022. Ele disse que a decisão final sobre os dois será tomada em novembro.
Sulser também anunciou que outros quatro dirigentes — todos ex-membros do comitê executivo — foram suspensos “por ligação com suposta quebra dos estatutos da Fifa, do código de ética da Fifa e do código disciplinar da Fifa no processo de candidatura para as Copas do Mundo de 2018 e 2022”. Eles foram identificados como Slim Aloulou (Tunísia), Amadou Diakite (Mali), Ahongalu Fusimalohi (Tonga) e Ismael Bhamjee (Botsuana). Uma investigação também foi aberta para averiguar a suspeita de que dois países candidatos a sede teriam fechado acordos que infringem as regras e o código de ética.
Inglaterra, Rússia e Portugal-Espanha disputam o direito de organizar a Copa de 2018, enquanto Japão, Coreia do Sul, Catar, EUA e Austrália são os candidatos para 2022.
“Fiquei surpreso que vocês tenham perguntado se a Fifa era corrupta”, disse o presidente da Fifa, Joseph Blatter, ao final da entrevista coletiva. “A Fifa é bastante reconhecida como organização e instituição.” Ele reconheceu, no entanto, que esse era “um dia triste para o futebol”, mas prometeu que a confiança será restabelecida.
O jornal inglês Sunday Times informou no fim de semana que Reynald Temarii, do Taiti, e o nigeriano Adamu ofereceram vender seus votos quando abordados por repórteres disfarçados como lobistas de um consórcio norte-americano. Segundo o jornal, uma gravação mostra Adamu pedindo 500 mil libras (800 mil dólares) para um projeto pessoal, enquanto Temarii pediu ao repórter disfarçado 2 milhões de dólares para financiar uma academia esportiva na sede da Confederação de Futebol da Oceania, da qual é presidente.