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Moçambique quer construir Centro Nacional de Radioterapia e Medicina Nuclear

Moçambique pretende criar um Centro Nacional de Radioterapia e Medicina Nuclear até 2012, com a ajuda da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), basicamente para combater doenças cancerígenas, que “já constituem um problema de saúde pública”.

Segundo dados divulgados, esta terça-feira, pelo director dos Serviços de Oncologia do Hospital Central do Maputo, o maior centro hospitalar do país, João Fumane, as consultas devido a suspeitas de cancro no país aumentaram de duzentas, nos anos de 1980, para duas mil actualmente.

Devido à ausência de um serviço especializado de tratamento de cancro, muitos moçambicanos com a doença acabam por morrer, apenas se salvando os que podem pagar cerca de 60 mil randes (aproximadamente 300 mil meticais) em tratamentos na vizinha África do Sul.

Para estancar o problema, Moçambique incluiu como prioridade na cooperação com a AIEA a criação até 2012 de um Centro Nacional de Radioterapia e Medicina Nuclear, orçado em 1,5 milhão de dólares. “Uma das prioridades da colaboração com a AIEA é a instalação de radioterapia e medicina tradicional, numa primeira fase em Maputo, seguido a médio prazo por Nampula. O principal motivo para a escolha destes dois hospitais é que já possuem instalações apropriadas para a radioterapia”, frisou João Fumane.

Numa conferência de Imprensa esta terça-feira em Maputo sobre a aposta do Governo moçambicano no desenvolvimento da ciência e tecnologia nuclear, o director da Agência Nacional de Energia Atómica, Carlos Machili, afirmou que, além da saúde, Moçambique pretende desenvolver capacidades na utilização da tecnologia nuclear também na agricultura, exploração mineira e meio-ambiente.

Nessa perspectiva, o país capacitou desde o ano passado 80 quadros na gestão de material nuclear e desenhou planos de utilização da tecnologia nuclear para todas as áreas consideradas prioritárias no quadro da cooperação com a AIEA.

“Moçambique está empenhado na promoção da utilização do nuclear para fins pacíficos associados ao desenvolvimento económico e social do país”, sublinhou Carlos Machili, director da Agência Nacional de Energia Atómica, falando na conferência.

Lei específica

Paralelamente foi anunciado que Moçambique deverá ter, a partir de 2011, uma lei específica para o controlo dos níveis de radioactividade emitidos durante trabalhos de pesquisa e produção dos recursos minerais por companhias multinaciomais a operar no país.

A medida insere-se na estratégia visando dotar o Governo de capacidade de inventariação e monitoria das actividades desenvolvidas pelas companhias mineiras, de acordo com Obete Matine, director nacional-adjunto de Minas do Ministério dos Recursos Minerais (MIREM).

A exposição humana descontrolada a produtos radioactivos tem provocado doenças como câncer, infertilidade e deficiências congênitas, segundo igualmente Matine, falando esta terça-feira, em Maputo, durante uma conferência de Imprensa.

Na oportunidade, Matine revelou que a AIEA está a financiar com 2,5 milhões de dólares norte-americanos programas de inventariação, formação, capacidade institucional e elaboração do suprareferido novo dispositivo legal a ser submetido dentro em breve à Assembleia da República (AR) para a sua aprovação.

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