O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) anunciou, no fim de semana, o desdobramento em breve de tropas adicionais na Somália, depois de Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) fixar a missão em 20 mil soldados.
Entre as primeiras forças a desdobrar figura um batalhão proveniente do Burundi para se juntar aos mais de sete mil efetivos presentes no terreno no quadro da Missão da UA na Somália (AMISOM), declarou Ramtane Lamamra, comissário da UA para a Paz e Segurança. Lamamra falava numa conferência de imprensa organizada na sede da UA em Addis Abeba, no termo de uma reunião ministerial sobre a Somália.
A proposta de aumentar os efetivos da AMISOM dos oito mil soldados inicialmente autorizados para 20 mil foi feita em Julho passado pela IGAD, a alguns dias da Cimeira da UA organizada em Kampala, no Uganda. Cimeira de Kampala aprovou a proposta mas ela só foi oficialmente adotada sexta-feira passada.
Segundo Lamamra, o desdobramento do batalhão do Burundi na Somália será seguido, alguns meses depois, por outros quatro mil soldados provenientes do Djibuti, da Guiné-Conakry, do Uganda, do Burundi e de outros países. O Uganda comprometeu-se a fornecer sozinho até 20 mil soldados mas a UA diz estar confrontada com problemas logísticos, de equipamentos modernos e financeiros que ela atribui às reticências das Nações Unidas, da União Europeia (UE) e de potências como os Estados Unidos.
A AMISOM deve igualmente dispor de componentes dinâmicas como o Exército, a Marinha, os serviços de informação e unidades da Polícia, com 140 agentes cada uma, para desenvolver e apoiar a Polícia na Somália, declarou Lamamra aos ministros dos Negócios Estrangeiros presentes na reunião.