A companhia mineira australiana Riversdale Capital Moçambique Limitada acaba de apresentar um calendário dos trabalhos a serem executados, incluindo estudos ambientais e de engenharia no âmbito das actividades de prospecção e pesquisa de carvão mineral na área 946L que abrange a zona do Aeroporto de Chingodzi, na província de Tete.
Segundo o referido plano, entre finais deste ano e princípios do próximo deverão arrancar os estudos ambientais de engenharia, prevendo-se que a construção da mina inicie em 2012. A primeira exportação do carvão deverá ocorrer em 2014.
Citado pelo matutino “Noticias”, fonte da Riversdale disse que as reservas identificadas apontam para a existência de mais de nove biliões de toneladas de carvão indicado e inferido de acordo com as normas de medição de recursos minerais do Código de JORC. A Riversdale ainda não divulgou os montantes que eventualmente poderão ser investidos no projecto, mas sabe-se que a partir do sexto ano de operação a mina poderá empregar cerca de duas mil pessoas, quando atingir a sua capacidade plena de produção.
A área de pesquisa 946L abrange o Aeroporto de Chingodzi e zonas adjacentes. Com efeito, caso os estudos venham a confirmar a existência de grandes quantidades do mineral, algumas infraestruturas abrangidas poderão ser relocalizadas. Por isso, a Riversdale assinou, há dias, em Maputo, um memorando de entendimento com a empresa Aeroportos de Moçambique para a realização de estudos que podem culminar com a transferência das instalações do Aeroporto de Tete.
Em Junho, a Riversdale deu a conhecer oficialmente ao Governo sobre a possibilidade de existência de carvão debaixo das instalações do aeroporto, tendo desde então iniciado contactos com o Executivo, na busca de formas para viabilizar a sua exploração. A província de Tete está a evidenciar-se como um dos importantes detentores mundiais de recursos minerais, sobretudo o carvão, razão pela qual assiste-se a uma verdadeira corrida de investimentos no sector.
As reservas conhecidas neste momento podem atingir 12 biliões de toneladas. Do plano de produção até aqui elaborado, as empresas estarão a exportar, dentro dos próximos três a quatro anos, mais de 20 milhões de toneladas de carvão por ano. O grande desafio do carvão de Tete é a componente logística, devido a limitação da linha-férrea de Sena, que carece de uma capacidade para satisfazer a demanda que se espera.