O Presidente malawiano, Bingu wa Mutharika, inaugura a 23 deste mês a primeira fase das obras de construção do porto fluvial de Nsanje, no extremo sul do Malawi, junto a fronteira com Moçambique. Aquela infra-instrutura, avaliada em vinte milhões de dólares, insere-se no âmbito da estratégia malawiana visando o acesso ao Oceano Índico, em Moçambique, através dos rios Chire e Zambeze.
O acto inaugural será marcado pela chegada do primeiro barco de mercadorias, carregado de fertilizantes a zarpar do porto moçambicano da Beira. O governo do Malawi anunciou que na prática o porto fluvial de Nsanje já se encontra operacional, embora falte ainda a segunda e última fase da sua construção.
Moçambique concedeu ao Malawi uma licença provisória para a exploração do transporte fluvial em regime experimental nos rios Chire e Zambeze, enquanto decorrem diligências para a contratação de uma empresa que vai realizar os estudos de impacto ambiental.
A navegação dos rios Chire e Zambeze visa abrir o acesso do Malawi, um país do chamado hiterland, ao mar, desde Nsanje até ao porto moçambicano de Chinde, numa distância de duzentos e quarenta quilómetros. Os malawianos acreditam que a rota fluvial Chire-Zambeze vai reduzir os custos de transporte em sessenta por cento.
A construção e gestão do porto de Nsanje foi concessionada ao grupo português Mota-Engil através de um contrato assinado com o governo malawiano.
Nos últimos regista-se um movimento invulgar de dirigentes e empresários malawianos que escalam Nsanje para se inteirar daquele projecto. Uma vez integralmente operacional, o porto fluvial de Nsanje vai manusear dez mil contentores por ano.