Um estudo divulgado recentemente em Maputo indica que as cidades e vilas moçambicanas estão sob um grande risco de desastres naturais, devido ao aumento da população sem ser acompanhado de construção de infra-estruturas adequadas.
O director regional da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Ken Gaballé, recomendou ao Governo moçambicano a elaboração de um plano de habitação urbana virado contra os riscos dos desastres naturais e para observar a componente do crescimento populacional urbano.
Gaballé mostrou-se ainda preocupado com a indiferença dos líderes africanos nesta área, salientando que a população urbana em África tende a crescer atingindo actualmente cerca de 400 milhões de habitantes, prevendose que até 2020 ronde em um bilião, “isso significa que o risco será cada vez maior”.
Por outro lado, Américo Ubisse, secretário-geral da Cruz Vermelha de Moçambique (CVM), defendeu um maior investimento na prevenção, redução e mitigação daqueles fenómenos e seus efeitos, considerando tratar-se de “uma acção de sabedoria, inteligência e, sobretudo, de visão”.
Apelou em seguida ao Governo para preparar-se na organização e mobilização de recursos necessários para que o país esteja pronto a intervir em tempo útil em caso de ocorrência de desastres naturais.
Fazendo num balanço dos serviços prestados pela CVM durante as manifestações de 1 e 2 de Setembro de 2010, nas cidades de Maputo e Matola, Ubisse disse que a sua organização fez o máximo com os meios e equipamentos de que dispunha, sublinhando que teria feito melhor com outro tipo de meios e equipamento.