Milhares de mulheres protestaram contra a violência sexual na República Democrática do Congo, numa marcha liderada pela Primeira Dama, Olive lembe Kabila. A manifestação teve lugar na localidade de Bukavu no leste do Congo onde grupos armados congoleses e estrangeiros operam há vários anos.
As mulheres seguravam cartazes com slogans que diziam “Não ao terrorismo sexual” e cantavam enquanto caminhavam pelas ruas de Bukavu. A manifestação contou com a participação de milhares de mulheres que caminharam pelas ruas de Bukavu, a capital da província do Kivu Sul.
Na semana passada, a representante especial das Nações Unidas para a violência sexual, Margot Wallstrom, disse que os militares do governo estavam a violar e a matar mulheres em aldeias remotas no leste do país. As mesmas aldeias onde centenas de pessoas foram violadas pelos rebeldes em Julho e Agosto.
O Ministro congolês da Defesa rejeitou estas alegações, ao negar o envolvimento de quaisquer soldados.
Na sexta-feira, o chefe da missão de paz da ONU no Congo disse que cerca de 15 mil pessoas foram violadas no leste do país só no ano passado. Miriam Nobre, da World March of Women, a instituição responsável pela organização da marcha, disse que a violência contra as mulheres é usada sistematicamente como uma arma de guerra e como tal é importante protestar.
Nene Rukunghu, um médico num hospital em Bukavu afirmou que a comunidade internacional parecia finalmente interessada nos problemas do país. “Temos que lutar contra a impunidade para que os perpretadores da violência sejam castigados para permitir que as mulheres retomem a sua dignidade. Apesar do sofrimento que passam, as mulhres congolesas são fortes e capazes de se levantar de novo”, afirmou o médico.