Resultante da fraca qualidade do Ensino prestado pelo Sistema Nacional de Educação (SNE), Moçambique acaba de ser colocado na lista dos países africanos detentores dos mais baixos índices de desempenho a nível da região da África Oriental e Austral. A situação deve-se ao facto dos cerca de 36,7% de 6,1 milhões de alunos dos Ensinos Primário, Básico e Secundário de Moçambique estarem a receber aulas de má qualidade e localizarem-se nas zonas rurais, “onde se registam dificuldades de acesso a material didáctico e fraca rede escolar”, segundo Ana Passos, coordenadora da Southern African Consortium for Monitoring Education Quality (SACMEQ).
A SACMEQ congrega ministérios da Educação de 14 países da África Oriental e Austral e está reunida desde ontem, em Maputo, na sua XII sessão do Comité de Gestão.
Apesar do declínio qualitativo, o número de alunos matriculados no Sistema Nacional de Educação cresceu de 3,2 milhões, em 2003, para pouco mais de seis milhões em 2010, de acordo com o ministro moçambicano do pelouro, Zeferino Martins, apontando a formação de professores, provisão do livro escolar, reforço de monitoria, supervisão e reforma curricular como as maiores apostas da sua instituição para o melhoramento da qualidade de Ensino no país.
O fraco domínio da língua portuguesa, utilizada no processo de ensino-aprendizagem, é também apontado como outro factor que contribui para a baixa qualidade da Educação nas zonas rurais moçambicanas, particularmente, de acordo com Passos, falando esta quarta-feira à Imprensa à margem dos trabalhos da XII Sessão do Comité de Gestão da SACMEQ que hoje (quinta-feira) terminam em Maputo.
Durante o encontro, realizado à porta fechada, foi apresentado um relatório de desempenho do sector de Educação de cada um dos 14 países membros daquela organização continental e discutido um plano de acção da mesma agremiação para o biénio 2010/2011.