Os participantes da primeira cimeira global das Primeiras Damas sobre a criança, que decorreu na capital da Malásia, Kuala Lumpur, de Segunda até quarta-feira, sob o lema “Criança hoje, líder amanhã”, saudaram o esforço de Moçambique na protecção da criança.
Falando hoje em Kuala Lumpur a jornalistas moçambicanos, a Primeira-Dama moçambicana, Maria da Luz Guebuza, disse que esse reconhecimento surge pelo facto do país possuir uma legislação específica para a prevenção e combate ao tráfico de pessoas, particularmente mulheres e crianças, a lei 6/2008.
Igualmente, esse reconhecimento resulta do facto de Moçambique possuir uma lei abrangente sobre os direitos da criança. “Um dos aspectos com que eles ficaram impressionados é a aprovação da lei contra abuso e violência e de prevenção e combate ao tráfico de pessoas, em particular mulheres e crianças”, disse Maria da Luz Guebuza, quando fazia um balanço da sua visita a Kuala Lumpur cujo objectivo único era participar nesta cimeira organizada pelo Governo malaio.
Segundo a esposa do Presidente moçambicano, essa admiração surge pelo facto de, ao nível do mundo, haver poucos países com este tipo de legislação.
Maria da Luz Guebuza faz um balanço positivo deste encontro de três dias que também contou com a participação dos ministros de áreas ligadas a criança, incluindo a Ministra moçambicana da Mulher e Acção Social, Yolanda Cintura.
Segundo ela, o encontro permitiu a interacção de primeiras damas de diversos países asiáticos, africanos, europeus, latino-americanos e do Médio Oriente bem como a troca de experiências sobre programas em curso em cada país em prol da criança de modo a tornar num líder no futuro.
“Digo isso (sonho das crianças serem lideres no futuro) porquê? Porque nós conhecemos a situação porque passam muitas crianças no mundo, particularmente no continente africano onde sofrem de diversas pandemias como o HIV/SIDA, malária, a cólera, entre outras… e não só, nós vemos noutros países crianças de 10 a 12 anos são crianças soldados, vocês imaginam que futuro terão essas crianças? Por isso, este encontro foi útil porque nos permitiu reflectir o que queremos das nossas crianças”, disse ela.
Na verdade, as estatísticas apresentadas durante o encontro sobre a situação global da criança ilustram uma realidade desoladora. Por exemplo, as crianças constituem um terço da população mundial, mas mesmo assim elas são um dos grupos etários mais desfavorecidos.
Por exemplo, estima-se que cerca de 114 milhões de crianças em todo o mundo não tem acesso a educação básica. Além disso, cerca de 300 milhões de crianças de todo o mundo dormem com fome e perto de 250 milhões tem de trabalhar para sustentar as suas famílias.
O encontro termina ainda hoje e antes do encerramento as primeiras damas poderão aprovar uma declaração em que estarão reflectidas as suas aspirações e compromissos sobre os caminhos a tomar para que aqueles que são meninos hoje, amanhã sejam bons líderes.