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Ocidente boicota Cimeira Global da Mulher

Os países desenvolvidos não ousaram em participar na primeira cimeira global das Primeiras Damas, que decorre na capital da Malásia, Kuala Lumpur, desde Segunda-feira última, com o objectivo de discutir assuntos relacionados com a criança. “Convidamos primeiras damas de cerca de 145 países, incluindo a Primeira-Dama norte-americana, Michelle Obama, mas só vieram cerca de 30 delegações”, disse a AIM uma fonte do governo malaio ligada a organização deste evento de três dias que decorre sob o lema “Uma criança hoje, um líder amanhã”.

Segundo a fonte, os convites foram enviados para os diversos países em Abril passado, mas a maioria só respondeu, de forma negativa, a última hora: “só disseram que agradeciam o convite, mas infelizmente não poderiam participar no evento devido a este ou aquele motivo”.

Um comunicado de imprensa sobre este evento aponta para a presença de apenas 14 primeiras damas neste encontro, incluindo a moçambicana, Maria da Luz Guebuza, além de seis representantes de primeiras damas e 11 ministros de áreas ligadas a criança, contando com a Ministra moçambicana da Acção Social, Yolanda Cintura. A maioria dos participantes neste encontro é de países asiáticos, africanos e latino-americanos.

A fonte da AIM disse que da Europa só veio uma delegação da Albánia. Na sua intervenção desta Segundafeira, realizada durante a abertura da cimeira, o Primeiro-Ministro (PM) malaio, Najib Tun Razak, lamentou a ausência da maioria dos países desenvolvidos neste encontro, o primeiro do género ao nível mundial.

“Acredito muito que esta cimeira poderia ser mais interessante se estivessem mais participantes de nações desenvolvidas. Contudo, acredito que esta é uma primeira importante etapa e agradeço cada uma de todas as primeiras damas que estão aqui connosco por mostrarem o seu cometimento e paixão pela causa das crianças e pelo futuro da humanidade”, disse Razak.

Contudo, apesar desse boicote, as primeiras damas presentes neste encontro estão a discutir diversas matérias de interesse da humanidade, particularmente os relacionados com a educação e saúde da criança.

Falando no início da sessão de trabalhos de hoje, Datin Paduka Rosmah Mansor, esposa do Primeiro-Ministro malaio, disse que, como esposa de líder de uma nação, ela sonha que as crianças cresçam num mundo de equidade e justiça para todos, uma sociedade pacifica, próspera e com uma sociedade repleta de bondade e empatia.

Esse sonho, que não é apenas da esposa do PM malaio mas de todos os sonhadores do mundo, surge pelo facto do planeta estar hoje a viver momentos difíceis. De acordo com os dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (INUCEF) do ano passado, cerca de 24 mil crianças morrem diariamente no mundo devido a factores ligados a pobreza.

Além disso, ao nível global, cerca de 121 mil crianças não tem acesso a escola e perto de um bilião passarão para o proximo século sem saber ler ou escrever. “Se apenas menos de um por cento dos recursos gastos todos os anos em armas fosse dedicado para colocar todas as crianças na escola, nós poderíamos eliminar o analfabetismo”, disse a esposa do PM malaio.

Entretanto, apesar dessa tendência global (de mais investir em armas do que pelo bem-estar da criança), os governos e as primeiras damas de diversos pontos do globo têm se dedicado por criar um mundo melhor.

Em Moçambique, por exemplo, a população está consciente do trabalho realizado pelo Governo, bem como pelo Gabinete da Primeira-Dama, Maria da Luz Guebuza, na protecção da criança e na garantia dos seus direitos básicos.

No debate de hoje sobre esta questão, primeiras damas de diversos países do mundo falaram do impacto dos seus trabalhos para a minimização do sofrimento das crianças dos seus países, bem como para despertar a consciência dos seus maridos no tocante aos problemas da sociedade.

Em praticamente todos os países, o trabalho das primeiras damas é de natureza social e está centrado nas áreas da educação e saúde, bem como no empoderamento da mulher.

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