Portugal foi eleito, esta terça-feira, membro não-permanente do Conselho de Segurança (CS) da ONU para o biénio 2011-12. A votação teve lugar na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, e Portugal foi eleito com 150 votos, à terceira volta, depois do Canadá ter retirado a sua candidatura. A Alemanha foi o outro país eleito, logo à primeira, com 128 votos.
Segundo disse à agência Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, este foi um “resultado muito expressivo”. O Conselho de Segurança é composto por cinco membros permanentes com direito de veto – China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos – e com dez membros não permanentes. Cinco foram eleitos em 2009 – Brasil, Gabão, Nigéria, Líbano e Bósnia-Zerzegovina.
Esta terça-feira, a Portugal e à Alemanha, juntaram-se a Colombia, a Índia e a África do Sul passando a integrar o grupo dos 15 a partir de 1 de Janeiro de 2011.
“Vitória para o Governo português”
Marcelo Rebelo de Sousa, analista político português, considera que esta foi uma vitória para o país: “em primeiro lugar é uma vitória para Potugal, em segundo lugar uma vitória do Governo português”. “Em terceiro lugar foi uma vitória num momento difícil da economia portuguesa, que mostra que a diplomacia feita longamente, amadurecidamente, dá os seus frutos”, continuou o analista.
Mais salienta Marcelo Rebelo de Sousa que Portugal pode ter um papel decisivo na ONU, fazendo-se valer da sua flexibilidade relacional entre os vários continentes. “Com o mundo que fala português. Com uma especial sensibilidade com o que se passa em África. Uma fortíssima sensibilidade ao Brasil, e portanto à potência emergente mais significativa da América Latina. Com uma boa ponte para o continente asiático”, continuou o analista, que falava a partir de Moçambique.
Moçambique ajudou à eleição, diz comentador
Aliás, na opinião do também professor universitário, Moçambique foi peça chave na eleição de Portugal. “O país sagrou-se vitorioso com uma mobilização do mundo da lusofonia impressionante. O que Moçambique fez nos países aqui à volta, para conseguir mobilizar votos, quando Moçambique é um país que recebe imenso do Canadá, foi impressionante”, concluiu.
A partir de 01 de Janeiro o grupo dos dez membros não-permanentes passa a integrar: Brasil, Bósnia-Herzegovina, Gabão, Líbano e Nigéria, eleitos em Outubro de 2009, e a África do Sul, Alemanha, Índia e Portugal. Esta será a terceira vez que Portugal tem assento no CS, depois de ter sido eleito para os biénios de 1979-80 e de 1997-98.