A erradicação da pobreza e a massificação do ensino constam das prioridades do Governo para o desenvolvimento do país. Entretanto, o executivo reconhece que a epidemia de Sida compromete mais avanços nessas áreas.
No 15º andar do edifício do Ministério da Educação, localizado na Avenida 24 de Julho em Maputo, Ivaldo Quincardete – Director de Recursos Humanos – exibe um relatório sobre o impacto da Sida entre os professores.
No primeiro semestre deste ano, 1652 professores foram registados como portadores do HIV. Deste total, 457 estão em tratamento antiretroviral e 325 a beneficiar-se do programa governamental que ajuda a funcionários públicos seropositivos com um aumento salarial de 30 por cento.
Hoje, os salários dos educadores podem variar entre 7.000 a 14.000 meticais, ou seja, entre 220 a 440 dólares norte-americanos aproximadamente. O documento informa que a província de Gaza apresenta a maior proporção de professores infectados, totalizando 847 do sexo masculino e 605 do feminino.
Só no primeiro trimestre do ano em curso, a província da Zambézia identificou 361 professores seropositivos e 206 no segundo trimestre. Quincardete disse à Agência de Notícias de Resposta ao SIDA que a situação é “preocupante” porque a Educação movimenta muitas pessoas e o país precisa dela e dos seus funcionários para alcançar níveis de desenvolvimento e reduzir os de analfabetismo.
“Deve-se trabalhar muito mais, principalmente no nosso sector porque somos o maior empregador ao nível do Estado e do Privado”, recomendou.
O Impacto do HIV e Sida nos Recursos Humanos Do País, divulgado em 2004 apontou que até o corrente ano, 10 mil professores poderão morrer em decorrência da Sida.