A transferência das cerca de Três mil famílias que vivem dentro da área territorial do projecto de extracção de areias pesadas em Topuito, distrito de Moma, em Nampula para local seguro deve ser vista como prioritária, até porque reina no seu seio um clima de insegurança generalizada por temer a repetição da tragédia da sexta-feira passada que deixou ao relento 1.527 pessoas, de acordo com a ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias.
Temos que começar agora o estudo dos mecanismos que vão culminar com a transferência pacífica e segura das famílias que vivem em Topuito. Porque a zona não oferece segurança pelo facto da actividade de mineração estar a ocorrer nas proximidades da área residencial – reiterou a governante que, segundo revelou, obteve garantias da Kenmare relativas à suspensão definitiva da extracção na mina que sexta-feira passada sofreu a ruptura do respectivo dique de protecção.
Esperanca Bias disse ter apreciado a prontidão com que a empresa respondeu ao apelo do governo para a necessidade de conceber um projecto visando a sua transferência da população afectada para área segura.
Aliás, o consórcio Irlandês não colocou de parte a possibilidade de transferir as famílias residentes no bairro Topuito, que dista cerca de 300 metros da mina que, neste momento, se encontra encerrada por considerar um risco para as vidas humanas e bens das populações em caso da repetição de um sinistro semelhante ao da passada sexta-feira.
De acordo com Esperança Bias, um navio encontra-se ancorado em águas territoriais de Topuito para fazer o carregamento de minérios para os mercados internacionais, facto que, entretanto, não vai acontecer, pelo menos, até à normalização da vida das famílias afectadas pelo desastre que a Kenmare tem vindo a prestar assistência multiforme.
Este facto, aliado à paralisação da actividade extractiva em Topuito, representa para a Kenmare prejuízos avultados que estão a afectar as suas acções na bolsa de valores nas praças internacionais mais cotadas.O Estado cobra impostos a Kenmare cujo valor é calculado na base do volume de produção mensal de minerais.
No entanto a suspensão temporária que se observa na actividade extractiva, neste momento, terá impacto negativo nos volumes de produção e, consequentemente, no montante que deveriam ser canalizados ao erário público.
