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Sul do Sudão rejeita alerta de Kadafi

O Sul do Sudão rejeitou o alerta de Muammar Kadafi face à votação sobre a independência no próximo ano. Kadafi disse que pode desestabilizar o resto de África.

O Ministro da Informação do Sul do Sudão, Barnabe Marial Benjamim, disse à BBC que África não tinha sido afectada quando a Eritréia conseguiu a sua independência da Etiópia em 1993. Ele acrescentou que a escolha das pessoas deve ser respeitada, independentemente de ser contra ou a favor da independência.

As tensões têm estado a aumentar em antecipação ao referendo, que deve ter lugar em Janeiro. A votação faz parte de um acordo de paz de 2005 que pôs fim a duas décadas de conflito entre o norte, maioritariamente muçulmano e de língua árabe, e o sul, onde a maior parte das pessoas são cristãs ou seguem as religiões tradicionais.

Tensão crescente

No domingo, o Presidente sudanês, Omar al-Bashir, criticou o líder do sul do Sudão, Salva Kiir, por ter afirmado que votaria a favor da independência e alertou para a possibilidade de um novo conflito. Ele falava numa cimeira da Liga Árabe-Africana, na localidade líbia de Sirte.

O líder da Líbia disse no mesmo encontro que uma votação a favor da independência “pode tornar-se numa doença contagiosa que afecta toda a África.” Ele alertou para a possibilidade de vários grupos étnicos e linguísticos exigirem também a independência. “Temos que reconhecer que este evento é perigoso”, disse Kadafi.

Estes comentários contrastam totalmente com os comentários que o líder líbio fez depois dos confrontos entre comunidades rivais na Nigéria em Março. Na altura, ele sugeriu que a Nigéria devia ser dividida em estados diferentes, o que desencadeou uma reacção condenatória por parte do governo da Nigéria.

O correspondente da BBC para a África Oriental, Will Ross, afirma que não há dúvidas que existe alguma tensão na União Africana de que outros esforços de divisão podem ser fomentados se o Sul do Sudão se tornar independente.

Mas ele refere que apesar das fronteiras de África terem sido cruelmente organizadas pelos colonizadores, muitos dos conflitos do continente têm a ver com a competição por riquezas naturais.

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