O Banco Mundial (BIRD) considera os cerca de 30 milhões de dólares norte-americanos alocados a Moçambique para garantir a segurança alimentar como a sua contribuição para atenuar o impacto negativo do aumento constante de preços de cereais no mercado externo. “Queremos contribuir para que não haja mais manifestações das populações vulneráveis do género das que acabam de eclodir em Moçambique e Senegal, por exemplo”, justificou Obiageli Ezekwesili, vicepresidente do BIRD para África a alocação do montante, referindo em seguida que muitos países têm vindo a sofrer com o aumento dos preços de cereais no mercado externo “porque são vulneráveis”.
Ezekwesili acrescentou que aquele era um dos problemas que a sua instituição quer combater “porque não há razão para África, por exemplo, estar tão dependente a nível alimentar”, realçando que o BIRD quer promover o sector agrícola de forma a que o continente seja mais resistente às alterações climáticas e à crise mundial.
Ezekwesili falava, semana finda, à Imprensa africana, incluindo a moçambicana, por ocasião da realização, entre sexta-feira e domingo, de reuniões conjuntas do Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI) com governos de vários países para decidir sobre políticas daquelas instituições para 2011, tendo Moçambique se feito representar pelos ministros Manuel Chang, das Finanças, e Aiuba Cuereneia, do Plano e Desenvolvimento, e ainda Ernesto Gove, governador do Banco de Moçambique.
Frisa-se, entretanto, que o valor global do financiamento externo ao sector agrícola é estimado em 216,5 milhões de dólares e está a ser gasto em acções de promoção da reforma estrutural e funcional do Ministério da Agricultura, capacitação e gestão de recursos humanos, desenvolvimento de políticas e regulamentos de gestão dos recursos naturais, pesquisa e extensão rural, entre outras actividades a desenvolver durante um período de 15 anos.
Os outros co-financiadores são, nomeadamente, a União Europeia, Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e os governos dos Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Finlândia, Itália, Dinamarca, Áustria, Irlanda, Suécia, Holanda, Reino Unido e Austrália