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Relatório da ONU coloca Angola na lista dos 22 países que sofrem de crises alimentares prolongadas

Angola é um dos 22 países que sofrem de crises alimentares prolongadas, segundo a FAO, que lamenta que apenas uma ínfima parte da Ajuda ao Desenvolvimento nessas nações seja aplicada em “sectores cruciais” como a agricultura e ensino.

O novo relatório da Organização da ONU para a Agricultura e Alimentação (FAO), divulgado esta semana em Roma, coloca Angola na lista dos 22 países que atravessam longos períodos de penúria alimentar, os chamados países em crise prolongada.

Estes países são definidos pela FAO como aqueles em que a “incidência da fome é alta e persistente”, onde existe uma “capacidade limitada de resposta”, conflitos armados e catástrofes naturais, bem como uma “governação ou administração pública débil”.

O documento lembra que, entre 2005 e 2007, quando a população angolana era de 17,1 milhões, havia em Angola “7,1 milhões de pessoas subnutridas (uma proporção de 41%)”, e que o Índice Global da Fome no país, em 2009, se situava nos 25,3%.

Além de Angola, a lista é composta pelo Afeganistão, Burundi, Chade, Congo, Costa do Marfim, Eritreia, Etiópia, República da Guiné (Conacri), Haiti, Iraque, Quénia, Libéria, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Coreia do Norte, Serra Leoa, Somália, Sudão, Tajiquistão, Uganda e Zimbabwe.

Apesar destes países precisarem de “ajuda adicional”, as tendências da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (AOD) são “preocupantes”, porque, salienta o relatório, “cerca de dois terços” destes países recebem “menos verbas para o desenvolvimento, per capita, do que a média dirigida aos Países Menos Avançados [PMA]”.

O documento salienta que nos países em crise prolongada, os sectores da agricultura e educação, que são “cruciais para garantir a segurança alimentar”, recebem “financiamento insuficiente”.

De acordo com o relatório, da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento para 2005-2008, apenas 3,1% das verbas nesses 22 países são destinados à agricultura, contra os 5,8% correspondentes aos PMA.

Isto apesar de, lembra a FAO, esse sector ser, em média, responsável por 32% do PIB nesses países e a principal fonte de subsistência das respectivas populações.

“Dos 22 países em crise prolongada todos, menos três (Angola, Eritreia e República da Guiné), receberam uma percentagem de assistência para o desenvolvimento para a educação básica inferior à média dos PMA”, acrescenta o documento.

Em termos gerais, o relatório lembra que o número estimado de subnutridos em todo o mundo passou, num ano, de 1.02 mil milhões de pessoas para 925 milhões, localizados maioritariamente na Ásia e na África.

Apesar desta redução, atribuída às estimativas de crescimento económico, às boas colheitas e à descida do preço dos alimentos, a FAO destaca que o número é ainda “inaceitavelmente alto”, e que a “fome está mais ampliada do que antes” das crises económica e alimentar.

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