Internet
A internet nunca foi estável, mas agora passa por um processo de metamorfose mais acelerado. A rede já não se resume a um gigantesco arquivo ou a uma máquina planetária de comunicação. Hoje, abriga um crescente número de programas que podem ser acedidos remotamente pelos usuários. São softwares como editores de texto, planilhas para cálculos e serviços de e-mail. Até poucos anos atrás, esse tipo de ferramenta funcionava somente quando instalado na memória dos computadores. Paralelamente, aumenta o volume de dados que circula pela web. Nas conexões entre os Estados Unidos e a América Latina esse número supera a marca de 100%. A consequência directa destas mudanças é o surgimento de ferramentas que tentam adequar-se à nova realidade do mundo digital. A mais recente foi do líder do mercado de buscas, o Google, lançar em mais de 100 países, com versões em 43 línguas, um navegador próprio, o Chrome.
Criado para concorrer com o Explorer, da Microsoft. Este navegador cria um processo específico para cada página aberta na internet o que evita que a lentidão num site (por exemplo, no YouTube) afecte o desempenho de outras páginas com mapas, emails… este novo sistema é chamado de multiprocessador.
Testes indicam que o Chrome é o navegador mais rápido da web. Algo perceptível na apresentação de vídeos. Para obter esse desempenho, os técnicos alteraram o motor do JavaScript (uma linguagem de programação). Esse mecanismo lê os códigos das áreas de processamento intensivo dos sites.
O navegador do Google é minimalista na aparência – mas só na aparência. Sob a capa estão engrenagens digitais que chamam atenção. Tecnicamente, é muito leve. Consegue funcionar com eficiência ao usar linhas de código computacional mais econômicas – à semelhança do texto de um bom escritor, que em poucas palavras descreve uma cena, um personagem ou uma paisagem.
O Chrome gere as páginas na internet de maneira mais racional. Os browsers mais utilizados, como o dominante Explorer, da Microsoft, exigem muito dos processadores dos PCs, quando o usuário abre sites em “abas” diferentes. Uma fica na tela e as demais, à espera de um clique. Isso, obviamente, afeta a velocidade dos processos. O Chrome privilegia a aba ativa, e as ações requeridas para as outras passam a estar em segundo plano. Imagine-se a ler um jornal. Toda a sua atenção é dedicada à página lida naquele momento, não é isso? É essa escolha simples e racional de recursos que só o Chrome faz.
Os navegadores guardam o histórico dos sites visitados na web. Esses dados são valiosos e servem para definir um perfil do usuário na rede. Com base nessas informações, o Chrome sugere endereços assim que uma pessoa começa a digitar uma palavra na barra superior do sistema.
Outra peça de destaque do browser do Google é uma barra na qual se escreve o endereço do site que se deseja visitar. Quando se digitam poucas letras – duas ou três –, o Chrome oferece sugestões de sites. Faz isso com base nas escolhas pregressas do usuário. Ele aprende. Exemplo: um engenheiro aeronáutico, ao teclar a palavra “vôo”, terá mais chance de ser endereçado rapidamente a um site técnico do que ao de uma companhia aérea. Essa e outras informações sobre os hábitos de navegação dos usuários tornam-se úteis também para os negócios do próprio Google. O conjunto desses históricos de navegação é um dos bens mais valiosos da internet. Esse conhecimento permite a construção de serviços e anúncios talhados para grupos específicos de pessoas. Apesar dessas engrenagens, destronar o Explorer, da Microsoft, que domina 70% do setor, é um objetivo difícil para o Chrome. Mas, tratando-se do Google, toda metamorfose é possível.