Foi por volta das 21horas desta quarta-feira, que um grupo de populares enfurecidos do bairro Torrone Novo, na cidade de Quelimane, espancaram até à morte um indíviduo, que até agora desconhece-se a sua identificação.
Segundo contaram os presentes na manhã desta quinta-feira, a vítima começou a ser espancada no interior do bairro e veio ser abandonado ao pé da estrada, numa lixeira, mas depois de levar muitos golpes e com um pneu já na cintura.
Não se conhece a identificação porque, no local, quando a nossa reportagem chegou, quase todos diziam que não conhecem a vítima. Ainda no local, alguns mais corajosos disseram sem dar a cara que o linchamento deste indivíduo, resulta da fúria popular, cansada de ser roubada seus bens e sem acção visível da polícia.
As imagens que captamos logo pela manhã e que apresentamos ao estimado leitor sem que sejam editadas, mostram claramente que faltou pouco para que este cidadão não fosse ateado fogo, porque todas condições já haviam sido preparadas para o efeito. Ao que se vê, são paus, capim entre outro combustível lenhoso que com um simples isqueiro a vítima estaria em cinzas. Mas não foi o caso.
A Polícia da República de Moçambique (PRM), na Zambézia, confirmou através do seu porta-voz, Ernesto Serrote, que tratou-se de linchamento, porque após uma perícia da equipa da Polícia de Investigação Criminal (PIC), provou-se de facto que ate ateou-se fogo a vítima. Aliás, de acordo com Serrote, no terreno a equipa da PIC não teve dúvidas em ver que o fogo teria sido ateado ao corpo.
Segundo avançou o porta-voz da PRM nesta parcela do país, em conexão com este caso, foi detido uma cidadã que se presume ter sido a agitadora da fúria popular que culminou com a morte deste indivíduo.
Com este caso, a cidade de Quelimane, regista já o terceiro na sua contabilidade. Ainda sem rostos e com presença considerável de crianças, os casos vão subindo, mesmo com diversas campanhas que se fazem, parecem estar longe da realidade no terreno.
A polícia vai se desdobrando em minimizar os casos que se vão registando e a população não perde tempo em afirmar que os linchamentos ocorrem por inoperância da corporação, visto que quando a população encaminha um suposto malfeitor, horas depois este é solto e vem ajustar as contas com aqueles que o conduziram a esquadra.