O mito ou percepção, por parte dos automobilistas ou potenciais utilizadores, de que o gás explode e que andar numa viatura a Gás Natural Comprimido (GNC) é extremamente perigoso está a “tramar” a Autogás, segundo reconheceu o Director Geral daquela empresa, João das Neves.
De acordo com João das Neves, este mito afigura-se um empecilho para o desafio que a sua empresa está a enfrentar que é de aumentar a frota de viaturas a circular a gás nas cidades de Maputo e Matola, bem como o de expandir rapidamente a sua rede de postos de abastecimento a gás nestas duas cidades, onde o processo está sendo implementado nesta fase inicial.
A Autogás, recorde-se, iniciou em 2008 a conversão de Viaturas a Diesel e Gasolina para gás natural comprimido como forma de dar solução a crise destes dois primeiros combustíveis fósseis no mercado internacional e também, por consequência, no mercado nacional. Neste momento existem dois postos de abastecimento, um na cidade da Matola-MGC e outro na cidade de Maputo-TPM.
Neste momento, cerca de 250 viaturas, maioritariamente chapas, estão a circular a gás. Até ao final deste ano, irá iniciar a construção de dois novos postos de abastecimento de gás comprimido. Estas serão construídas através de uma parceria entre a Petromoc e a Auto Gás. Das Neves explicou que, “as viaturas a gás são viaturas normais como quaisquer outras que estamos habituados a ver no nosso dia-a-dia”.
Destacou, porém, que “a diferença é que essas viaturas a gás natural comprimido usam em substituição do combustível habitual (diesel ou gasolina) o gás natural comprimido”.
A conversão de uma viatura a diesel para passar a usar gás natural não é tão simples como o da gasolina. A conversão de diesel para gás implica uma alteração da câmara de combustão no motor e no sistema de injecção.
Para além de ser necessário trabalhar-se no interior do motor a diesel para se converter essa viatura, a conversão é irreversível, passando a viatura a funcionar apenas com um sistema, o de gás natural comprimido. Contrariamente a conversão de viaturas a gasolina para gás, estes permitem que o utilizador possa escolher a qualquer momento o combustível que pretende usar, bastando, para o efeito, carregar num botão a partir do conforto no interior do seu veiculo.
O director geral voltou a explicar que os preços de conversões variam muito em função do tipo de viatura e do tipo de conversão a aplicar. Uma conversão simples (gasolina-gás) custa em torno dos 35.999.00 meticais com apenas um cilindro. Para carros com 2 cilindros a partir de 44.870,00 MT. Nos casos em que é preciso substituir o motor (Repower) pode custar cerca de 86 mil meticais, como por exemplo, para conversões de diesel para gás, como é o caso das minibuses Toyota Hiace, vulgos “chapa 100”.
O director geral da Autogás fez estas declarações durante a visita, semana finda, do Vice-Ministro da Energia, Jaime Himede, àquela empresa.A Autogás é uma parceria público-privada em que o Estado detêm 50% das cotas e o sector privado outros 50%. A representação do Estado na Autogás vinha sendo detida pelo IGEPE, mas muito recentemente concluiu-se a entrada na estrutura accionista da Petromoc passando esta a deter 28% das cotas e o IGEPE 22%.
