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Factores climatéricos comprometem metas do açúcar

A responsável pelo sector do Açúcar no Centro de Promoção da Agricultura (CEPAGRI), Líria Nhaquila, disse quinta-feira, em Maputo, que a produção nacional do açúcar poderá não atingir as metas inicialmente planificadas, pelo segundo ano consecutivo, devido a queda irregular das chuvas e as cheias que afectaram, no início da época, o canavial, na região sul de Moçambique, particularmente na Açucareira da Maragra.

Nhaquila, citado pelo diário “Notícias”, disse ser ainda prematuro avançar com alguma precisão às quantidades que poderão ser alcançadas. Contudo, anunciou estar previsto para breve um encontro de avaliação, no qual se vai aferir a real situação da produção.

“Pelas informações que temos, a campanha decorre normalmente, as empresas estão a processar a cana dentro do plano, obviamente, houve no início alguns constrangimentos de ordem climatérica que alteraram os programas préestabelecidos”, admitiu Nhaquila.

Nhaquila pronunciou-se também sobre as medidas recentemente tomadas pelo Governo ao decidir pela retirada da sobretaxa de importação do açúcar, tendo manifestado seu optimismo quanto ao impacto das mesmas, considerando que podem não criar grandes desequilíbrios à indústria, uma vez que tal como acontece noutros países do mundo, existe um défice na produção do açúcar, o que faz com que os preços sejam altos.

“Como já foi explicado, esta é uma medida temporária que visa responder a uma situação concreta, e pensamos, por isso, que ela não terá um grande efeito na indústria nacional”, sublinhou Nhaquila, acrescentando que a retirada da sobretaxa vai ser monitorada, pelo que, até ao final do ano, o Governo estará em condições de dizer se a medida deve ou não prosseguir.

Em 2009 estavam previstas cerca de 200 mil toneladas de açúcar para exportação, mas apenas 122 foram colocadas no mercado internacional, o que significa uma redução de 78 mil toneladas em relação à meta.

Nos últimos anos as açucareiras nacionais têm vindo a beneficiar de fortes investimentos visando, por um lado, a expansão da capacidade transformadora das fábricas e, por outro, o alargamento das áreas de produção da cana.

A combinação destes esforços levou as industriais a sonharem com uma produção que atingirá cerca 385 mil toneladas, a partir deste ano.

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