Os Secretários Gerais dos Parlamentos dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) visitaram, na quarta-feira, o museu aberto de Nwadjahane, na província de Gaza, Sul de Moçambique, terra onde nasceu Eduardo Mondlane, o arquitecto da unidade nacional.
A delegação encontra-se na capital moçambicana, Maputo, a participar desde segunda-feira no XI encontro dos Secretários-gerais dos parlamentos da CPLP, um evento que termina no sábado. “Estamos profundamente impressionados por estarmos num local que faz parte da história de Moçambique e do mundo democrático”, afirmou Adelina Carvalho, Secretária-geral do parlamento português, falando a jornalistas, em Nwadjahane, no final da visita aquele monumento concebido e projectado pela Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico da Universidade Eduardo Mondlane.
O Museu de Nwadjahane possui vários elementos culturais que ligam o espaço a vida de Eduardo Mondlane, entre os quais destacam-se o cemitério da família Mondlane, a palhota em que o obreiro da unidade nacional viveu na sua infância, a casa que ele mandou construir em 1961, quando já era funcionário das Nações Unidas. Os ilustres visitantes escalaram ainda a lagoa de Nyaourongole que dista cerca de 1,5 quilómetros, e que também marcou a vida de Mondlane.
O Secretário-geral do Parlamento moçambicano, Batista Machaieie, disse que a visita aquele local histórico superou as expectativas pois, praticamente, os visitantes não conheciam a real história de Mondlane, senão o que liam em algumas obras.
“Vejam só que a delegação até se comprometeu a incentivar mais visitas a este local histórico”, frisou Machaieie. De acordo com a fonte, durante a visita surgiu um desafio na perspectiva de se promover postos de emprego através da atracção de investimentos para a zona.
A maioria das famílias de Nwadjahane é camponesa. “Vamos acarinhar este tipo de visitas”, indicou Machaieie. Aliás, esta visita inspirou a delegação angolana, por exemplo, para construir um museu salvaguardando a vida e obra de Agostinho Neto, o herói da independência daquele país que também é membro da CPLP.
Questionado sobre a importância do facto de a delegação ter plantado árvores no recinto do museu aberto de Nwadjahane, o Secretário-geral do parlamento moçambicano disse que o facto tornou-se num chamariz para que os visitantes voltem mais vezes a este local histórico.
“Quem planta uma árvore preocupa-se em regá-la ou no mínimo querer saber o seu estado”, indicou Baptista Machaieie. Por seu turno, a filha mais nova de Eduardo Mondlane, a deputada Nheleti Mondlane, considerou de impressionante a forma como Nwadjahane está a desenvolver, frisando que mais do que nunca os feitos de seu pai estão a ser cada vez mais valorizados e o interesse pelo local está a aumentar.
Por exemplo, no próximo 25 de Setembro, data em que celebra o dia das Forças Armadas de Moçambique, Nwadjahane espera receber mais de meio milhar de visitantes, segundo Nheleti Mondlane. O museu de Nwadjahane, cuja sua organização ainda está em curso, visa documentar os momentos da vida de Mondlane e elementos da cultura e história desta família.
A delegação parlamentar da CPLP visitou ainda o local onde funcionou a terceira sede do imperador Ngungunhana, em Mandlakazi, concretamente a árvore onde este herói da resistência contra a dominação colonial portuguesa fazia as suas conferências, distribuía tarefas aos seus comandantes e resolvia os demais problemas. A referida árvore é secular e rodeada de vários mitos. Contrariamente a Mondlane, que viveu entre os anos 1920 e 1969, Ngungunhana nasceu em 1845 e faleceu em 1906.