Uma operação de fiscalização de veículos orientada especificamente aos que são usados no transporte semi-colectivo de passageiros esteve na origem da retracção de muitos “chapistas”, na quarta-feira, na cidade da Beira. A operação rotulada como sendo de grande envergadura, envolveu agentes da Polícia de Trânsito (PT) e do INAV – Instituto Nacional de Viação.
Segundo apuramos, teve em vista aferir o grau de satisfação das exigências para o exercício da actividade de transporte semi-colectivo de passageiros. Além da exigência da documentação necessária, as próprias viaturas eram inspeccionadas para o apuramento do seu estado mecânico.
Logo que a operação iniciou, pela manhã, O Autarca soube que muitas viaturas foram recolhidas pelas autoridades por não reunirem condições mecânicas e mesmo ao nível da documentação necessária para a prática da actividade. A informação chegou rapidamente aos restantes operadores os quais decidiram retirar imediatamente as suas viaturas da praça para evitar parqueamento.
Em conversa com alguns condutores e cobradores cujas viaturas foram retiradas da circulação, justificaram que a decisão teve em vista evitar transtornos. “Quando uma viatura é parqueada no comando, além dos prejuízos resultantes da paralização da actividade, ainda temos que pagar a taxa de parqueamento. Quando é assim melhor é suspendermos a circulação até a normalização da situação”.
Um agente da Polícia de Trânsito envolvido na operação comentou, afirmando que aquela operação era normal, de rotina, pelo que não via razão para tanta preocupação por parte dos “chapistas”. Acrescentou referindo que vai continuar como sempre foi assim. Um proprietário de uma viatura que teve o “azar” de ser recolhida disse ao nosso jornal que aquilo não passava de chantagem, argumentando que maior número de chapas que continuaram a circular pertencem aos “grandes” da praça.
Solicitado a desmistificar os que chama de “grandes”, o referido operador disse que são os “intocáveis”. Na mesma voltamos a solicitá-lo que torna-se mais clara a sua referência, tendo dito quem não sabe que muitos chapas que circulam nesta praça pertencem aos agentes da Polícia de Trânsito. Entretanto, o agente da PT com quem falamos retorquiu qualificando desculpa esfarrapada a que fora apresentada pela fonte anterior. “O que se pretende é que todos chapas circulem dentro das normas, cumprindo as exigências impostas para o exercício da actividade”.
Algumas dessas exigências, o condutor deve possuir carta de condução reconhecida e com averbamento público; a viatura deve possuir livrete reconhecido, certificação de seguro e de inspecção e óptimo estado mecânico (bons pneus, travões e sinalização operacional).
Refira-se que o período para o qual caminhamos (quadra festiva de Natal e de Fim-de-Ano) geralmente tem sido o que regista maior número de ocorrências de acidentes de viação em Moçambique, muitos deles causam luto, dor e danos materiais avultados. Se é para prevenir que esse ano não aconteça tal como nos nos anos anteriores, O Autarca louva a iniciativa das autoridades e encoraja o seu prosseguimento