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Nadal, a máquina espanhola de vencer

Aos 24 anos, Rafael Nadal, o espanhol nascido em Manacor, pequena cidade das Ilhas Baleares, é o número um do ranking mundial da ATP e o segundo tenista masculino a conseguir atingir a posição de número dois antes dos vinte anos, tendo o primeiro sido Boris Becker. O tenista espanhol faz parte do selecto grupo de tenistas que venceram todos os principais torneios da ATP: Andre Agassi, Rod Laver, Roger Federer, Roy Emerson, Don Budge e Fred Perry.

A 13 de Setembro de 2010, na quadra central Arthur Ashe, em Nova York, Rafael Nadal derrotou o sérvio Novak ?okovi? por 3 sets a 1 (parciais de 6-4, 5-7, 6-4 e 6-2, em jogo interrompido pela chuva; no somatório dos tempos: 3h43min). Conquistou assim, pela primeira vez, o Open dos Estados Unidos.

Com esta vitória Rafael Nadal consegue ainda mais uma façanha: é o segundo tenista em todos os tempos a completar o Golden Slam: vencer os quatro Grand Slam (US Open de ténis em 2010, Aberto da Austrália em 2009, Torneio de Roland Garros (de 2005 a 2008 e em 2010), Torneio de Wimbledon (em 2008 e 2010) e uma medalha de ouro olímpico (esta, na disputa masculina de simples na Olimpíada de Pequim, em 2008, quando derrotou o chileno Fernando González por 3 sets a zero).

Quem vê os jogos de Nadal percebe que ele se distancia de tudo ao entrar numa quadra e concentra-se apenas no adversário que está do outro lado. Parece não ouvir nada, como fazia no fi lme “Por Amor ao Jogo” o ídolo dos Yankees vivido por Kevin Costner.

Sempre que se encaminhava para a posição de arremessador, ele falava baixinho “desligar, desligar” e, aos poucos, o estádio silenciava – apenas na sua cabeça, claro. Nadal faz algo assim. Concentra-se tanto que nenhuma bola é impossível. Ele vai a todas, bate na esquerda, na direita, sempre com força. Diante de um oponente assim, o adversário do outro lado vai aos poucos fi cando exausto. Tudo é mais difícil diante de Nadal.

O seu grande objectivo, agora, é chegar aos 16 troféus do Grand Slam conquistados por Federer. Todos acham que ele vai conseguir, mas Nadal, nestes momentos, reage com estudada humildade. Acha que Federer é melhor e continuará assim por toda a sua vida.

Modéstia excessiva? Para os orgulhosos espanhóis, sim. Nadal já é apontado como um dos maiores atletas da história da Espanha e chega num momento de glória para o desporto do país. Ele domina o ténis, saído de uma escola de grandes profi ssionais, a selecção de futebol é a actual campeã mundial, Fernando Alonso pilota a Ferrari e é candidato ao título, Alberto Contador ganhou a sua terceira Volta da França de Ciclismo, Pau Gasol tornou- se campeão da NBA com a equipa de básquete dos Lakers, o Barcelona desfi la nos campos levado pelos movimentos de Messi.

“Seria uma arrogância considerar-me o melhor”, reagiu Nadal, controlando a euforia dos seus conterrâneos.

Mas como evitar? Sempre que ele entra aos saltos numa quadra, como se tivesse difi culdade para controlar a sua própria energia, Nadal leva a Espanha e os especialistas em ténis a concluir que os próximos anos serão mesmo dele. Nem Federer parece capaz de assustar.

Ninguém duvida de que Nadal vai conseguir todos os recordes possíveis. Desde o início da carreira tem sido assim. A sua primeira vitória foi aos 15 anos, tornando-se o mais jovem tenista a vencer uma partida do circuito da ATP.

No ano seguinte, já era um dos 50 melhores do ranking – e não parou mais. Só vai deixar o circuito quando perceber que a ilusão de superar os obstáculos está a chegar ao fi m e o desgaste físico, que cobrou um duro preço aos joelhos em 2007 e uma séria lesão abdominal em 2008, for pesado demais. Aí, então, Nadal deixará as quadras. Quando este dia chegar, o ténis terá, então, um novo rei.

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