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Primeiro-Ministro da Somália demite-se

O Primeiro-Ministro da Somália apresentou a sua demissão numa altura em que cresciam os desentendimentos entre ele e o chefe de Estado. O governo do Presidente Sheikh Sharif Ahmed é apoiado pela ONU e disputa com o grupo islamita al-Shabab o controlo da capital, Mogadíscio. Correspondentes dizem que o seu braço-de-ferro com o Primeiro-Ministro dificultou a luta contra os insurgentes.

Há vários meses que Omar Abdirashid Ali Sharmarke estava sob intensa pressão para se demitir. Ele disse que tinha sido “incapaz de trabalhar com o Presidente”. O correspondente da BBC na Somália, Mohammed Olad Hassan, diz que muito pouco deverá mudar no terreno como resultado da demissão. Contudo, ele diz que a resignação do chefe do executivo poderá representar um revés para os insurgentes – que gostariam que a ‘confusão política’ continuasse.

Insurgentes islamitas controlam agora a maior parte das regiões centro e sul da Somália e o governo, apoiado pela Força de Paz da União Africana, administra apenas algumas partes da capital. A Somália foi destruída por conflitos armados, que começaram a seguir à destituição do Presidente Siad Barre, em 1991. Mas os insurgentes da al-Shabab, um grupo ligado à al-Qaeda, intensificaram recentemente a sua campanha. No início de Setembro, bombistas suicidas atacaram o aeroporto de Mogadíscio, matando dois soldados da Força de Paz da União Africana e vários civis. ‘

Omar Abdirashid Ali Sharmarke disse que decidira apresentar a sua demissão para bem do interesse nacional. “Depois de ver que a disputa política entre mim e o Presidente havia causado vulnerabilidade política, decidi demitir-me para salvar a nação e dar uma oportunidade a outros,” disse a repórteres. O Presidente Sheikh Sharif Ahmed agradeceu-o pela sua “decisão corajosa”.

Os dois líderes discordaram com o novo projecto de Constituição. Uma moção de censura ao Primeiro-Ministro deveria ter sido votada pelo Parlamento no último fim-de-semana mas foi adiada. Em Maio, Omar Abdirashid Ali Sharmarke considerou inconstitucional uma votação parlamentar que pedia a sua demissão.

O Presidente Sheikh Sharif Ahmed deverá agora nomear um novo Primeiro-Ministro e os membros do actual executivo perderão os seus postos. O correspondente da BBC na Somália diz que a posição de Sheikh Sharif Ahmed ficou reforçada com o afastamento do Primeiro-Ministro.

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