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Alto Comissário britânico diz que Moçambique é um paradoxo

Encerrou, na manhã de sábado, em Maputo, o ciclo de seminários de reflexão que vinham sendo organizados pelo Instituto Holandês para a Democracia Multipartidária (NIMD) que tinha em vista promover um diálogo aberto entre os partidos políticos e os órgãos de gestão eleitoral, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE).

A plataforma de diálogo visava criar um ambiente de entendimento entre os partidos e os órgãos eleitorais, abrindo espaço para a resolução das diferenças, incluindo as de carácter eleitoral.

Os seminários realizados desde a época pré-eleições de 2009 debruçaram-se sobre quatro temas centrais, nomeadamente, o financiamento de partidos políticos, os mecanismos de diálogo e partilha de informação entre a CNE e os partidos políticos, a aceitação e rejeição das listas de candidatos e os desafios da fiscalização eleitoral em Moçambique.

O Reino Unido, através do Alto Comissariado Britânico em Maputo, foi um dos financiadores do projecto do NIMD, tendo desembolsado o montante de 918, 333 Meticais (cerca de 34 mil dólares norte-americanos).

Falando no acto do encerramento o Alto Comissário do Reino Unido, Shaun Cleary, disse que algumas conclusões foram tiradas. Apontou, por exemplo, que apesar de terem já ocorrido quatro eleições gerais no país, vários problemas relacionados com a gestão dos processos eleitorais subsistem e minam o progresso prático da democracia. De acordo com Cleary, “Moçambique é um paradoxo. Um caso de sucesso, mas ainda um dos países mais pobres do mundo”.

Acrescentou que “tal como todos nós aqui, ficamos muito entristecidos com a perda de vidas em Maputo durante os levantamentos populares no início do mês. Os distúrbios demonstraram de forma trágica a necessidade de se procurar novas formas de abordagem e prestar maior atenção aos mais pobres”.

“O Reino Unido quer um Moçambique estável, próspero, livre da pobreza. É por isso que anualmente contribuímos com cerca de 4 biliões de meticais em ajuda ao país.

O processo do diálogo é apenas uma pequena parte, em termos financeiros, do nosso apoio a Moçambique. É apenas uma pequena parte do esforço que vocês mesmos estão a fazer como membros do governo, da oposição e da sociedade civil.

Mas é um passo para frente, e de muita importância. É através do fortalecimento da democracia que vão construir um Moçambique muito mais forte”, concluiu.

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