Naquilo que é descrito como resultado da inviabilidade de um subsídio às moageiras moçambicanas no sentido de continuarem a vender o saco de 50 quilogramas de farinha de trigo ao preço de 850 Meticais, o governo moçambicano, reunido, sexta-feira, na sua 3ª Sessão Extraordinária do Conselho de Ministros, decidiu desviar a rota das compensações anteriormente decidido. O subsídio, segundo decisão do Conselho de Ministros, passa a ser encaminhado directamente aos panificadores.
Assim, a partir desta terça-feira, em cada saco de trigo que as padarias forem a comprar nas moageiras moçambicanas passam a beneficiar de 200 meticais de compensação, como forma de manter o preço de pão.
Esta é, na verdade, a ginástica governamental na busca da melhor fórmula de implementação das decisões saídas da Segunda Sessão Extraordinária, enquadrada no âmbito das actividades de acompanhamento de aplicação das medidas para atenuar o custo de vida, marcado pelo aumento do preço de pão, produtos básicos alimentares e combustíveis líquidos.
De acordo com o porta-voz do governo, Alberto Nkutumula, o subsidio será concedido às padarias que estejam devidamente licenciadas, tal como se havia avançado aquando da decisão de se compensar as moageiras para venderem o saco a 850 Meticais.
O valor será entregue à Associação dos Panificadores de Moçambique, AMOPÃO, que deverá fazer a distribuição pelos associados de acordo com a quantidade de farinha de trigo usada em certo período de tempo.
Como forma de manter o preço de pão o governo, nas suas medidas de impacto imediato, tomadas cinco dias depois das manifestações populares nas cidades de Maputo e Matola, contra o elevado custo de vida, já mostrava dificuldades em definir o melhor critério de compensação.
Com base na última decisão, as moageiras voltam a vender o saco de trigo ao preço de 1050 meticais.Para materializar esta decisão, o governo e AMOPÃO assinaram sábado último um memorando de entendimento visando a transferência de subsidio de pão das moageiras para as padarias.
Na cidade de Maputo estão devidamente licenciadas 50 padarias, mas sabe-se que o número total de padarias e pastelarias a operar no país supera, de longe, o número de licenciados, havendo daí, o risco de muitas padarias não poderem ter acesso ao financiamento e, daí, decidirem continuar a vender o pão com base no agravamento que já tinha sido anunciado pelos panificadores.
Noutros pontos do país o dinheiro será pago pelos governos provinciais.