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Morreu o chefe da Comissão Eleitoral da Guiné Conacri

O presidente da Comissão Eleitoral da Guiné Conacri, Ben Sekou Sylla, morreu esta terça aos 57 anos em Paris, numa altura em que cresce a especulação sobre um possível adiamento da segunda volta das presidenciais no país. Na semana passada, Sylla foi condenado por fraude, durante a primeira volta das eleições, em Junho, quando se levantaram as primeiras dúvidas em relação à data da segunda volta.

Depois de uma semana de violência na capital do país, o próprio primeiro-ministro já veio a público defender que garantir a segurança é mais importante do que manter a data agendada. Até porque as campanhas eleitorais dos vários partidos já foram suspensas. A primeira volta do processo eleitoral foi vista como a primeira votação democrática na Guiné Conacri desde a sua independência em 1958, aumentando as esperanças de que seria o fim do domínio militar e autoritário naquele país rico em minérios.

Mas os nossos correspondentes dizem que a condenação de fraude e a violência dos últimos dias têm levantado sérias dúvidas sobre a credibilidade da segunda volta.

Os dois candidatos ao cargo de Presidente – o antigo primeiro-ministro Cellou Dalein Diallo, e o líder da oposição Alpha Condé – já entraram em conversações distintas com o PM esta segunda, e prometeram controlar os seus militantes. Durante os confrontos deste fim-de-semana, pelo menos, uma pessoa morreu e 50 ficaram feridas. Situação que levou as autoridades a suspenderem qualquer tipo de campanha. “A prioriade deve ser dada à ordem pública, uma vez que não é possível haver uma eleição no meio do caos”, considerou o primeiro-ministro do país, Jean Marie Dore, numa declaração televisiva esta segunda.

Tratamento em França

Sekou Sylla morreu em Paris, onde se encontrava em tratamento médico há vários meses. Tratamento que apenas interrompeu para se deslocar a Conacri, aquando a primeira volta das eleições. Sylla, e um dos seus assistentes, foram condenados a um ano de prisão, por terem anulado indevidamente cerca de 600 mil votos a favor de Alpha Condé, durante a primeira volta das presidenciais.

No ceio das eleições, tem-se noticiado uma crescente tensão entre os grupos étnicos de Peul e Malinke – as duas maiores comunidades no país. Diallo, um Peul, é visto como o favorito para a Presidência do país, depois de ter conquistado 44% dos votos na primeira ronda, bem acima dos 18% conquistados por Condé, um Malinke.

Nunca um membro do grupo Peul foi Presidente, e muitos consideram que esta é a oportunidade de isso vir a acontecer, depois de muitos adiamentos do processo eleitoral. Já os Malinke estão fortemente representados na junta militar, que tomou o poder em 2008, depois da morte do Presidente autocrático Lansana Conté, que governou o país durante 24 anos.

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