Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

Dois professores podem perder emprego em Manica

Pelo menos dois professores no distrito de Machaze, Manica, Centro de Moçambique, poderão perder emprego por terem engravidado as suas alunas, factos ocorridos em Chitobe e em Mecupe, soubemos de fonte governamental. De acordo com Sailasse Vicente, director dos serviços distritais de Educação, Juventude e Tecnologia de Machaze, para atingir os seus objectivos, os aludidos docentes prometeram notas “gordas” às alunas para passarem de classe, para além de promessas de “amor sincero”.

Neste mesmo distrito, em 2009, foram reportados igualmente dois casos idênticos nas escolas de Guezanhe, norte de Machaze, cujo desfecho se desconhece. O abuso sexual de alunas pelos professores tem condicionado a adesão das jovens à escola em Moçambique.

Dados das autoridades de Machaze indicam que dos 32 260 alunos matriculados em 2009, 4205 desistiram, sendo metade mulheres. Até Junho de 2010, 865 alunos de 31 615 inscritos decidiram interromper os estudos.

Para fazer face à situação, o Governo está a aplicar no país vários programas para que as raparigas se mantenham na escola e de redução de taxa de analfabetismo, principalmente em mulheres. Em Machaze, por exemplo, vários centros de escuta do programa alfa-rádio, educação via rádio e de alfabetismo e educação de adulto, estão a funcionar para alfabetizar a população.

A questão do abuso sexual de alunas por professores não é nova e acontece em todo o país, sendo mais frequente no fim do ano lectivo (Outubro/ Novembro), quando praticamente todo o mundo anda de calculadora na mão para apurar as médias de aproveitamento escolar. Em 2007, no distrito de Marracuene, província do Maputo, um professor engravidou cinco das suas alunas, com idades entre 15 e 16 anos.

Em Abril deste ano, à margem de um encontro de jovens, um professor queixouse de sofrer assédio sexual de alunas que se apresentavam “seminuas” nas aulas. “Elas assediam-nos como forma de obterem notas altas no fim de cada ano lectivo. Nós, professores, é que somos as principais vítimas do assédio sexual”, disse um professor citado pela Imprensa moçambicana.

Dados de 2009 indicam que frequentam os vários estabelecimentos de ensino em Moçambique 6,7 milhões de alunos. Actualmente, a taxa de analfabetismo entre as mulheres em Moçambique ronda os 37,5 porcento.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts

error: Content is protected !!