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Lituânia anula Luis Scola, arrasa a Argentina e vai à semi

Lituânia anula Luis Scola

Passaram-se 13 dias, seis jogos e 182 pontos. Demorou, mas finalmente conseguiram parar Luis Scola. Craque do Mundial até esta quinta-feira, o ala-pivô da Argentina corria sem freio para ser eleito o melhor da competição, mas bateu forte num muro. A Lituânia. Coube à equipe europeia, que entrou no Mundial pela porta de trás, graças a um convite da Fiba, a façanha de anular o adversário. Mais que isso: deu uma surra nos campeões olímpicos de 2004. Chegou a abrir 32 pontos, controlou o jogo e venceu por 104 a 85. O resultado coloca os lituanos na semifinal da competição, sábado, com um desafio ainda maior pela frente: a jovem e veloz seleção dos Estados Unidos.

Bem marcado pelo garrafão lituano, Scola terminou com modestos 13 pontos. Ele fez 20 no primeiro jogo do torneio e passou dos 30 nas outras cinco partidas. Eesta quinta, não foi sequer o melhor marcador da Argentina. O posto ficou com Carlos Delfino, autor de 25 pontos. Os hermanos caem agora para a disputa do quinto lugar, que começa contra a Rússia, na sexta-feira, às 15h.

“Foi uma derrota dura pela formar como aconteceu, mas, na verdade, eles jogaram melhor do que nós. Eu vim pronto para jogar, viemos para lutar, mas não conseguimos. Temos que felicitá-los por terem jogado uma partida perfeita” afirmou um triste Scola após o jogo. Foi o pior resultado desta geração nos últimos oito anos. Vice-campeões mundiais em 2002, campeões olímpicos em 2004, quarto lugar no Mundial de 2006 e bronze nos Jogos de Pequim, os argentinos agora vão se contentar no máximo com a quinta posição.

Quem comandou a Lituânia foi Simas Jasaitis, com 19 pontos, seguido pelos 17 de Linas Kleiza. Outros cinco jogadores passaram da marca de 10, compondo um ataque equilibrado e bem distribuído. O jogo contra os EUA, que vale vaga na final, é no sábado. A equipe europeia fez uma péssima campanha no Europeu e não conseguiu a classificação. Acabou ganhando um dos quatro convites da Fiba para o Mundial, ao lado de Alemanha, Líbano e Rússia.

Desde o início, problemas para Scola Durante seis minutos aconteceu o que parecia improvável neste Mundial. Scola estava zerado, sem conseguir superar seus marcadores, que se mostravam incansáveis na perseguição. Sabiam que a chave para frear o adversário passava por diminuir a sua média de 29 pontos por partida. Delfino, a segunda opção do armador Prigioni, encontrava um ou outro espaço, o que também não resolvia muito. Os lituanos abriram 21 a 12 e levaram Leo Gutiérrez a levantar do banco para dizer algumas palavras de apoio ao mehor marcador da sua equipe.

Scola errava até lance livre, com apenas três pontos no primeiro quarto. Coube a Jasen o melhor momento dos hermanos. Ele roubou uma bola, deixou seu marcador no chão ao passá-la pelas costas e partiu para uma enterrada. A essa altura a diferença era apenas de quatro. Num piscar de olhos subiu novamente: 28 a 18.

A fórmula que funcionou tão bem foi repetida no segundo período. Com um ataque bem trabalhado e uma defesa sufocante, a Lituânia assustou a Argentina, que teimava em atacar o problema com chutes do perímetro. Foram nove até o intervalo, e nenhum convertido. Enquanto isso, o time europeu acertava tudo de longe. Teve 100% de aproveitamento até o último minuto do período, quando errou dois.

Simas Jaisatis, sozinho, foi responsável por três lançamentos perfeitos. Diante da pressão e do descontrole de seus companheiros, Leo Gutiérrez os reuniu no centro da quadra, na tentativa de acertar o rumo. Em vão. Os lituanos atropelavam os campeões olímpicos de 2004 sem piedade, construindo uma confortável frente de 50 a 30. Scola deixou a quadra com cabeça e pontuação baixas. Foram apenas sete e nenhum ressalto. A torcida argentina permanecia calada. Parecia não entender o que estava acontecendo diante dos próprios olhos. Nem eles. E o adversário manteve a pegada no terceiro quarto.

Do outro lado, nada dava certo, sobretudo na defesa. O técnico Sergio Hernández pedia por ela, mas a equipe não atendia. Tomava uma surra. Já estava na lona com cinco minutos ainda a serem jogados no período (66 a 36). Para tentar diminuir o estrago, puxados por Prigioni, os argentinos apostaram nas arremessos longos. Foram três consecutivos. Para cada um deles, uma resposta. Com média de idade de 25 anos, a Lituânia colocava a equipa quase trintão para correr. E desgarrava ainda mais com a mesma velocidade: 85 a 53 na virada para os últimos dez minutos.

Os hermanos lutavam, mas o tempo era curto. A vaga nas semifinais, que já parecia distante desde o segundo quarto, sumia da linha de visão do grupo. Scola também saía de cena. Restando 7m22s para o fim do confronto, deixou a quadra aplaudido por seus adeptos. Do quinteto titular apenas Delfino seguia no jogo. A tentativa agora era tentar perder de pouco. Tiravam proveito do cansaço que já abatia os lituanos e os faziam começar a desperdiçar ataques seguidos.

Mas num dia no qual o melhor jogador do campeonato não rendeu e que Delfino também não correspondeu, não havia como o final da história ser diferente. A geração de ouro da Argentina vai ter de se contentar no seu último Mundial a disputar um lugar de quinto a oitavo.

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